quarta-feira, 18 de junho de 2008

Como potoger as florestas e o ambiente

A poluição do ar provoca grandes estragos na Natureza.
As árvores libertam oxigénio que purifica o ar poluído, por isso é muito importante proteger os bosques e as zonas verdes das cidades e das zonas industriais.
Por cada criança que nasce, para cada carro que circula, deveríamos plantar dezenas de árvores.
Como podemos ver na imagem, as árvores, através da sua folhagem verde, são purificadoras do oxigénio do ar. E, por isso, sempre que a floresta arde, os produtores de oxigénio são destruídos.

Os 7 passos para prever fogos florestais:
  1. Não abandonar o lixo nas florestas.
  2. Limpar a floresta depois de um acampamemto e e.t.c.
  3. Não fazer fogueiras nas florestas.
  4. Não lançar pontas de cigarros acessas para perto das árvore, arbustos e e.t.c.
  5. Não atirar foguetes nas matas nem póximo delas.
  6. Abrir caminhos que facilitem o acesso do bombeiros à floresta
  7. Ajudar a vigiar as florestas principalmente no veraõ.

tambem podes potoger as florestas e o ambiente de outra maneira:

Reciclar permite poupar matérias primas, como o alumínio, o estanho, o petróleo, a madeira e a areia.
Para além disso, é melhor fabricar materiais a partir de objectos reciclados do que a partir de matérias primas, pois exige menos energia e menos gastos de dinheiro.
Quando estás a reciclar, estás a contribuir para a redução do consumo de energia e para a preservação do ambiente.

Com certeza, já viste um ecoponto igual ou parecido a este.
Os resíduos para reciclagem são separados consoante os materiais de que são feitos. Para os materiais secos recicláveis, existe uma padronização de cores para os recipientes de recolha:
Cor verde - Vidro
Cor amarela - Plástico e Metais
Cor azul - Papel e Cartão
Todo o material a reciclar deve estar limpo.
As embalagens de cartão e as garrafas de plástico devem estar secas e devem ser espalmadas antes de serem colocadas no ecoponto, a fim de economizar espaço dentro do contentor.

O que se deve depositarnos ecopontos:


VIDRÃO
garrafas de vidro
frascos de conserva em vidro
lâmpadas


PAPELÃO
jornais, listas telefónicas, folhetos de publicidade
folhas de caderno, revistas, folhas de rascunho
papéis de embrulho
caixas de papelão
caixas de brinquedos
pacotes de leite


PLASTICÃO
garrafas plásticas e sacos
tubos e canos
frascos de champô
embalagens dos detergentes
baldes e bacias
restos de brinquedos

PILHÃO OU PILHÓMETRO
pilhas
baterias de máquinas fotográficas e outras

Bruno




Os cidadãos descontentes com a SÉCIL

A Associação de Cidadãos pela Arrábida e pelo Estuário do Sado promete manifestações em praça pública e protestos contra a decisão do Supremo Tribunal em permitir que a co-incineração seja realizada na Arrábida. Encaram o assunto como um “atentado a toda a saúde pública dos setubalenses” e advertem que existem “realmente soluções” para o tratamento de resíduos tóxicos, apontando o CIRVER em funcionamento na Chamusca como a verdadeira opção para este tratamento.

O movimento de cidadãos requer uma “avaliação real dos custos e benefícios” desta decisão, alertando que não pretendem travar o desenvolvimento da região, nem impedir a criação de postos de trabalho que possam derivar da co-incineração. Eu acho que o homem deve viver em parceria com a natureza, não destruila e alertam que a região deveria preocupar-se mais em desenvolver uma politica de turismo e de atracção de investimento que “não pusesse em causa a saúde de todos aqueles que vivem na região”.

Acentuando o facto de terem pleno conhecimento de que a situação no distrito, no que diz respeito a resíduos tóxicos, “é alarmante” em concelhos como o Barreiro e Sines, alertam que a co-incineração “apenas trará ainda mais poluição”. Desta forma, a associação promete não parar de lutar em nome de “um ambiente cada vez mais limpo e por uma qualidade de vida cada vez melhor” em toda a região de Setúbal.

Bruno

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Freguesia de são lourenço-Azeitão


GUIA
O espírito criativo do homem é capaz de verdadeiros rasgos de genialidade e o resultado de alguns desses momentos mágicos são certas construções que se encontram um pouco por toda a Freguesia. Para satisfazer a sede de cultura dos seus visitantes, São Lourenço de Azeitão oferece o seu património arquitectónico, histórico e natural, de que fazem parte, entre outros: a Igreja Matriz de São Lourenço; a Capela de São Pedro; a Capela de El Carmen; a Capela de São Sebastião; a Capela de Oleiros; o Convento da Arrábida; o Forte de Santa Maria da Arrábida; as suas Aldeias típicas; a Quinta das Torres; a Quinta do Salinas; a Quinta da Conceição; a Quinta das Baldrucas; o Pelourinho; a Fonte do Concelho; a Fonte dos Pasmados; os teares de José Maria da Fonseca; o Parque Natural da Arrábida e a Praia do Portinho da Arrábida, uma das mais belas de Portugal, pelo seu enquadramento paisagístico, onde se misturam a serra e o mar.

Autorizada a construção da Igreja de São Lourenço, em 19 de Julho de 1344, não se conhece a data exacta em que se iniciou a sua construção nem a cargo de quem esteve. Sabe-se, porém, que D. Garcia Pires foi o mentor da construção do templo e que D. Lourenço Dinis, preceptor do Infante Dom Pedro, o principal impulsionador da obra, tendo contribuído com elevadas quantias para a sua edificação e deixado, em testamento, diversas providências para a sua manutenção, conforme se transcreve:
“Eu, Lourenço Dinis, vassalo do Infante Dom Pedro, com todo o meu siso e entendimento como Deus deu, temendo Deus e o dia da minha morte, faço o meu testamento em esta guisa (maneira)... mando que me enterrem em na Igreja de São Lourenço d’Azeitão... e mando deixarem para a obra do dito São Lourenço e para o capelão e para os ornatos e para o mantimento dele que de meu e do que aí deixar a dita Catarina Mateus (sua mulher) façam e refaçam e mantenham a dita Igreja e ornamentos para ela para sempre e um capelão que sempre cante na dita Igreja e diga de cada dia as horas canónicas e dê os sacramentos cada vez que lho demandem os moradores de Azeitão... e mando que aí ponham um bom sino o qual piquem cada um dia, à noite, para dizerem as Avé-Marias. Item hão de pôr aí livros os que comprarem e cruzes de latão até que aí haja de prata. Item um cálice de prata que eu aí prometi. Item um altar em que esteja Santo Antão (António) e outro em que esteja Santa Catarina e São Simon (Simão). Item um crucifixo e João e Maria sobre a porta da ousia (arco cruzeiro) e assim todo o al que na dita Igreja cumprir e, a pedra em que mando se escreva a era e ponham-na em uma das paredes onde virem que a melhor a podem ver para lerem e o capelão cante no altar de São Lourenço e que não cante por outra ajuda que lhe dêem dinheiros. Item mando que os meus herdeiros não possam vender nem alhear nem empenhar os meus bens os que para isto deixarem quenquer que seja e mando que Mestre nem Comendador não hajam poder em nas coisas que para isto deixamos e quanto aí hajam suas dízimas se agravamento nem prejuízo nenhum nem a Ordem de Santiago. Item hão-de pôr na Igreja uma pia para baptizar. Item mando que Bispo nem Arcebispo nem seus vigários não hajam em isto que ver salvo que se não tiverem o que eu mando que o Bispo quando vier à dita Igreja saiba que se mantém o que eu mandei e se achar que não constranja-os que o mantenham. Item quando alguns deixarem alguma coisa por ele, façam-na segundo o que mandar, e mando que à morte de cada um destes meus herdeiros... os que herdarem façam para sempre... Item e mando por falhas... dez libras para as obras de São Lourenço.. e mando cincoenta libras a Maria Cristóvão por serviços que me fez e catorze libras que me emprestou, e se for morta, mando que pela minha alma e pela sua, as metam em essa obra de São Lourenço...”
A obra foi vítima de várias tentativas de embargo e, depois de D. Lourenço Dinis falecer e D. Garcia Pires deixar a direcção da Ordem de Santiago, eram tantos os entraves erguidos à sua finalização, que foi necessária a intervenção do novo Bispo de Lisboa para que ela pudesse chegar a bom termo.
O templo original, em estilo gótico, desapareceu e, hoje, a construção apresenta uma só nave, cujo revestimento de azulejos se destaca, bem como a capela-mor, que mantém um valioso conjunto de talha, pintura e azulejo.
Da construção gótica, já arruinada em 1570, ano em que foram iniciadas as obras de restauro, restam apenas o arco da sacristia e as janelas da capela-mor. O alpendre e o campanário originais foram suprimidos e construiu-se a torre sineira.
No século XVII, a Igreja sofreu novas obras e recebeu as pinturas da capela-mor. No século XVIII, acrescentaram-se os azulejos, dos quais, os mais antigos são os da capela-mor, de 1720, obra de António Oliveira Bernardes. Os da nave são da década de 40 do século XVIII. O património da Igreja inclui também uma pia baptismal, de meados do século XVI, com características manuelinas; e uma imagem da Madona, em pé, com o Menino, em terracota invetriata, peça que veio do Mosteiro de Nossa Senhora da Piedade, em 1840, para a Igreja de São Lourenço, datada do século XVI e obra dos italianos Della Robia.
Junto aos restos do Convento Dominicano de Nossa Senhora da Piedade, hoje transformado em casa de habitação, situa-se o Paço dos Duques de Aveiro, que se abre para o Rossio de Azeitão.
As origens deste palácio ligam-se ao convento dominicano, onde D. Jorge e seu filho, D. João, costumavam recolher-se. Esta presença habitual dos duques obrigou à realização de melhoramentos na casa de campo que aí possuíam, junto ao Convento.

O Palácio é uma construção que terá sido concluída na primeira metade do século XVII e é um bom exemplo de arquitectura civil maneirista. O brasão encontra-se picado, por ordem do Marquês de Pombal. O palácio foi saqueado após a prisão do último duque, restando apenas os azulejos e os silhares de padrão, característicos do século XVII.
Ligados à Casa de Aveiro, encontram-se a Igreja e o Hospital da Misericórdia, obra que data de 1622 e se deve a D. Afonso de Lencastre.
A Fonte dos Pasmados é o ex-libris de Azeitão. Este chafariz foi mandado construir por Agostinho Machado de Faria, “cujas ideias sobre urbanismo, bastante avançadas para a época”, impulsionaram o notável desenvolvimento registado, a partir de finais do século XVIII, em toda a região. Segundo a tradição, a fonte ficou conhecida pelo nome que tem, por causa do pasmo e admiração que a sua contemplação provocava.



Gonçalo

Ermida de El Carmen


Localizada na Estrada que liga Azeitão á Arrábida, fundada pela Duquesa de Aveiro, D.ª Madalena Giron, esposa do II Duque D. Jorge que faleceu em Alcácer Quibir. A origem espanhola desta dama, filha do Duque de Ossuna, explica que fosse dado á Virgem o título de Senhora del Carmen.
Uma das tradições que se contam desta ermida, é aí ter-se conservado, sobre o arco cruzeiro, o Brasão dos Dq de Aveiro que escapará a ser picado por ordem de Marquês de Pombal. No entanto, o que se encontra lá hoje é o escudo real, possivelmente aí colocado quando D.ª Maria I mandou reparar em 1785.
El Carmen foi um importante centro de romagem, pelo que a Irmandade de Nossa Senhora do Carmo de Setúbal mandou construír junto a ela. Até á supressão das ordens religiosas em 1834, esta ermida teve um Ermitão com residência e cerca murada, um capelão que dizia missas aos Domingos e dias Santos.

Gonçalo

quarta-feira, 11 de junho de 2008

parque marinho da serra da arrabida


O Parque Marinho Prof. Luiz Saldanha, é a área marinha do Parque Natural da Arrábida (criado em 1998 através do DR Nº 23/98 de 14 de Outubro) com cerca de 53km2 de área correspondente aos 38 km de costa rochosa entre a praia da Figueirinha, na saída do estuário do Sado e a praia da Foz a norte do Cabo Espichel.Apresenta uma grande variedade de fundos de natureza rochosa e arenosa numa gama de profundidades até aos 100 m.Entre zonas muito abrigadas da agitação marítima, como no caso das numerosas enseadas existentes na base das escarpas costeiras, até zonas de forte ondulação como no Espichel, este Parque está ainda incluído na lista nacional de sítios da Rede Natura 2000 - sítio Arrábida - Espichel.É uma área com elevadíssima biodiversidade, conhecendo-se mais de 1.000 espécies da fauna e flora marinhas.A sua riqueza não tem igual quer a nível nacional quer europeu.Desde sempre que é conhecida por ter suportado importantes pescarias, estando ainda associada ao despertar da oceanografia biológica em Portugal nos finais do séc. XIX com os trabalhos do Rei D. Carlos e de outros naturalistas locais e das grandes universidades da altura.Localizada na grande área metropolitana de Lisboa, esta área tem solicitações muito intensas e variadas, desde o lazer a uma série de actividades económicas de onde se destaca a pesca. Este conjunto de pressões humanas revela-se muitas vezes conflituosa com os valores naturais pelo que se tornou necessário uma protecção especial deste sector da costa através da sua inclusão no Parque Natural bem como o seu zonamento e regulamentação.


Gonçalo

Poema "Serra mãe"

"O agoiro do sufo, nos penhascos,foi sinal da paz.O silêncio baixou o Céu,Mandou as cores todos o negrume,O folhado calou o seu perfume,E a Serra adormeceu.Depois, a parar uma linha escura,E a nódoa branca de uma forte amiga!A fazer-me sedento, de a ouvir,A água, num murmúrio de cantigaAjuda a Serra a dormir.O murmúrio é a alma de um poeta que se finouE anda agora á procura, pela serra,Da verdade dos sonhos que na terraNunca alcançou.E outros murmúrios de água escuto, mais além:Os poetas embalam a sua mãe,Que um dia os embalou.Como se fosse tua a minha mãe...Como se fosse tua a minha noiva"

Gonçalo

Serra da Arrábida...a minha serra e a de muitos outros


1) O Parque Natural da Arrábida nasceu em 28 de Julho de 1976. Estende-se por parte significativa da área designada cadeia da Arrábida, que compreende o conjunto de montes que acompanha o rebordo costeiro meridional da península de Setúbal; deste destaca-se a serra da Arrábida, a sua mais importante elevação e que constitui o núcleo orográfico da cadeia.2)O principal objectivo da criação do Parque Natural da Arrábida foi a imperativa necessidade de conservar a sua Flora e Vegetação, que constitui um património natural de importância internacional único em todo o mundo. 3) Independentemente dos nobres motivos que levaram à sua criação, 20% do Parque Natural da Arrábida já ardeu SÓ este ano. 4) O Parque Natural da Arrábida é candidato ao estatuto de Património Mundial… ou direi ERA.

Gonçalo
Deixem o VERDE em paz!!!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

pedra da anicha

Portinho da Arrábida é uma pequena aldeia, pertencente à freguesia de São Lourenço, concelho e distrito de Setúbal, mais conhecida pela praia adjacente à localidade.
Localiza-se na Serra da Arrábida que a rodeia a Norte, a Oeste de Setúbal (cerca de 13 km) e a Este de Sesimbra cerca de 21 km), tendo a Sul o Oceano Atlântico, junto à foz do rio Sado.

Parque natural da arrabida


Nas origens da criação do Parque
Parque Natural da Arrábida: Surge a 28 de Julho de 1976 pelo D.L. nº 622/76. Estende-se por parte significativa da área designada cadeia da Arrábida, que compreende o conjunto de montes que acompanha o rebordo costeiro meridional da península de Setúbal; deste destaca-se a serra da Arrábida, a sua mais importante elevação e que constitui o núcleo orográfico da cadeia.
Porque foi criado o Parque Natural da Arrábida?
O principal objectivo da criação do Parque Natural da Arrábida foi a imperativa necessidade de conservar a sua Flora e Vegetação, que constitui um património natural de importância internacional.
Quem estudou a Arrábida antes da criação do Parque?
Os primeiros elementos colhidos na literatura datam dos séculos XVI e XVII, da iniciativa de naturalistas, entre os quais de destacaram os franceses Charles de l' Écluse (Clusius) na passagem por Portugal e Joseph Pitton de Tournefort que descreveu plantas desta região (1689).
Nos séculos XVIII e XIX, deu-se um notável incremento nas pesquizas florísticas (herborizações) e nos estudos sistemáticos (eleboração de Floras) por botânicos alemães, o barão de Hoffmannseg e o seu companheiro J. Link (1797-1806), o botânico português Brotero (1811-1828), o naturalista austríaco Welwitsch (1840-1853) que fez extensas herborizações na Arrábida e, já no limiar do século XX, os naturalistas Daveau (1880-1913), Moller (1892- ) e o padre Luisier (1900-1901).
A partir dos anos 30 visitaram ou percorreram, descrevendo ou herborizando, sucedendo a destacados membros da Sociedade Broteriana, professores, assistentes, colectores dos Institutos Botânicos de Coimbra, de Lisboa e do Porto, do Instituto Superior de Agronomia e da Estação Agronómica Nacional.
Em finais da década de 30, inícios da década de 40, destacam-se os trabalhos desenvolvidos pelo Engº Gomes Pedro.
Alguns trabalhos desenvolvidos após a criação do Parque Natural:
Em 1980, o Prof. Catarino e colaboradores apresentaram um estudo sobre a dinâmica da vegetação na Arrábida.
Em 1983, o Engº Gomes Pedro publica o artigo Novidades Florísticas da Península de Setúbal.
Em 1986, a Engª Fernanda Calvão apresentou o relatório final de curso sobre a Vegetação da Serra da Arrábida.
Em 1990, a Asociacion Espanola de Fitosociologia, sob a orientação do Prof. Rivas-Martinez, com colaboradores portugueses (Profs. M. Lousã e Carlos Costa), visitam a Arrábida e criam novas unidades fitossociológicas.
Em 1991, o Engº Gomes Pedro publica um livro intitulado Vegetação e Flora da Arrábida.
Em 1993, os Engs. Jorge Capelo e Ana F. Almeida publicam Dados sobre a Paisagem Vegetal do Parque Natural da Serra da Arrábida.

Conservação
As áreas protegidas da Europa, dentro das quais se engloba o Parque Natural da Arrábida, são de importância vital para todos nós. Elas abarcam as mais inspiradoras paisagens, onde se encontram belas áreas de vida selvagem.
Na sequência da criação do PNA foi sendo criada mais legislação complementar de modo a permitir a existência de uma base legal para a protecção das Reservas Integrais e Parciais, para o enquadramento das actividades que se realizam nesta área protegida, em particular para a regulamentação das actividades de construção e posteriormente da actividade cinegética.
Reservas Naturais Integrais - são áreas destinadas à observação científica e ao estudo. Pelo elevado valor científico dos biótopos dessas áreas é interdito o acesso livre do público, veículos ou animais domésticos, para que não seja alterada a evolução natural dos ecossistemas.
Reservas Naturais Parciais - são zonas de protecção especial sobre determinados elementos naturais, ficando sujeitas às disposições internacionais sobre a protecção da natureza e cujo acesso será também limitado. Estas reservas poderão ser botânicas, zoológicas e geológicas.
Reservas Paisagísticas - são áreas de elevado valor paisagístico, cultural, histórico e estético, quanto aos locais e paisagens.
Fauna
Durante muitos anos, já após a formação do Reino de Portugal, a área em que hoje se encontra o Parque Natural da Arrábida foi uma importante coutada de caça, onde existiu um afauna diversificada que incluía, entre outras espécies , lobos, javalis e veados, estes últimos extintos nesta zona, já no nosso século (1901).

Hoje, embora menos rica, a fauna da Arrábida apresenta ainda grande diversidade que importa salvaguardar. Nos mamíiferos destacam-se o gato-bravo (Felis silvestris) , o geneto (Genetta genetta), o saca-rabos (Herpestes ichneumon) o texugo(Meles meles), o toirão(Mustela putoris), a doninha (Mustela nivalis), a raposa (Vulpes vulpes), a lebre (Lepus capensis), o coelho (Oryctulagus cuniculus) e ainda a existencia de colónias de morcegos.

Na avifauna, entre as rapinas diurnas existentes salientam-se a águia de Bonelli (Hieraetus fasciatus), a águia de asa redonda (Buteo buteo), o peneireiro (Falco tinunculus); das nocturnas salientam-se o bufo real (Bubo bubo) e a coruja das torres (Tyto alba). A perdiz (Alectoris rufa), o andorinhão real (Apus melba) e abelharucos (Merops apiaster) são, entre muitas outras, espécies que se podem observar nesta Área Protegida. Foram identificadas cerca de 300 espécies de lepidópteros (borboletas) e 450 de coleópteros (escaravelhos e afins), e há muitos outros insectos.

Alguns destes animais encontram-se protegidos por leis (convenções) internacionais, uma vez que são hoje pouco numerosos no mundo. Alguns estão em vias de extinção, outros são considerados como espécie em perigo, enfim há um conjunto de categorias para definir o perigo em que uma espécie se encontra.
Para todas elas, o nosso esforço de pretecção dos animais deve ser reforçado nestes casos, ou os nossos filhos e netos já nunca vão conhecer estes animais, excepto nas fotografias dos livros.

Consulte a lista de animais da fauna portuguesa que se encontram ameaçados.

Geologia
Como se formou a cadeia da Arrábida?
O espaço onde se veio a formar a cadeia da Arrábida encontrava-se, durante o Mesozóico (entre 248 e 144 milhões de anos B.P.), na orla sedimentar ocidental de Portugal, mais concretamente na bacia lusitânica. Ao longo desta ter-se-iam depositado sucessivas camadas de fácies marinha constituídas por dolomites compactas, calcários marinhos, argilas lagunares e argilas húmicas.
Durante a sedimentação não houve grandes perturbações de origem tectónica, havendo apenas a registar o movimento da crosta que originou um vale na direcção N-S e que resultou num diapiro embrionário, na zona onde hoje se localiza a vila de Sesimbra.
Depois do Lusitaniano surgiram os grandes movimentos tectónicos que iniciaram a formação do relevo, com uma forte elevação e consequente erosão das regiões fronteiras à bacia lusitânica e uma nova elevação do diapiro. A fronteira continuou a subir, do que resultou um relevo muito acidentado.
Durante o Paleogénico, ou Cenozóico Inferior (entre 64 e 24 milhões de anos B.P.), deram-se no sector ocidental da cadeia, em especial no diapiro de Sesimbra, intrusões vulcâncias.
No Oligocénico (ou Paleogénico Superior), a bacia mesozóica foi quase completamente coberta por um grande mar interior, em que foram depositados lamas vermelhas, conjuntamente com calcários brancos de água doce e ainda conglomerados e areia.
No Burdigaliano deu-se nova trangressão: o mar do Miocénico (há cerca de 24 milhões de anos) cobriu todo o território e depositou calcários, argilas e areias. No Miocénico superior (ou Helveciano) a área da actual cadeia foi sacudida por uma forte orogénese e dobrada num sistema de anticlinais de eixos paralelos, tendo as estruturas sido bastante elevadas e fortemente erosionadas. No Turoniano deu-se nova regressão do mar, acompanhada de elevação das estruturas.
No Pliocénico, ou Cenozóico Médio, a estrutura da Arrábida sofreu uma forte aplanação e só as serras da Arrábida e de S. Luís apareciam acima da superfície aplanada, como montes-ilhas.
Assim, a construção tectónica da cadeia consta da estrutura diapírica de Sesimbra, de origem mais antiga, e do sistema alpídico de estruturas anticlinais, de formação mais recente (anticlinais do Espichel, do Burgau e do Risco e Solitário).

Relação bioclimática: Segundo Rivas-Martinez existem na Arrábida, 2 dos 6 termotipos dos pisos bioclimáticos mediterrânicos; o termomediterrânico, cujo indíce de termicidade [It=(T+m+M); em que T=temperatura média anual, m=temperatura média da mínimas do mês mais friodo ano, M=temperatura média das máximas do mês mais quente do ano] está compreendido entre 350 e 450 e o mesomediterrânico, cujo índice de termicidade está compreendido entre 210 e 350.


Flora da Arrábida
Em consequência dos estudos, registaram-se até hoje 1450 taxa (espécies e subespécies) na região designada por sector arrabidense, no qual sobressaiem as espécies de distribuição mediterrânica (Elemento Mediterrânico) acompanhadas em algumas áreas, nomeadamente nas soalheiras e nas escarpas e arribas marítimas, pelas espécies macaronésicas (Elemento Macaronésico) e noutras, sobretudo nas umbrias, vertentes expostas ao quadrante norte, nos covões e ao longo dos cursos de água (Elemento Eurosiberiano).
Como simples abordagem, baseada na bibliografia consultada, são listados seguidamente os taxa mais significativos ocorrentes na cadeia da Arrábida.
a) Endemismos locais:
Convolvulus fernandesii (II, IV, *)
Euphorbia pedroi

b) Taxa não endémicos em Portugal, mas populações isoladas que em Portugal apenas ocorrem no maciço arrábico:
Euphorbia obtusifolia
Withania frutescens
Lavatera maritima
Fagonia cretica

c) Taxa não endémicos em Portugal, mas populações isoladas que em Portugal ocorrem apenas no Maciço Arrábico e na Serra de Montejunto:
Galium corrudifolium subsp. falcatum
Helianthemum apenninum
Arabis sadina (II, IV)

d) Taxa não endémicos em Portugal mas populações relativamente isoladas na maioria dos casos ocorrentes nas zonas calcáreas do Centro de Portugal:
Hesperis laciniata subsp. laciniata
Hornungia petraea
Genista tourneforti
Diplotaxis viminea
Erucastrum nasturtiifolium
Rapistrum rugosum subsp. linnaeannum
Trifolium physodes
Bupleurum gerardi
Bupleurum fruticosum
Acer monspessulanum
Teucrium chamaedrys (carvalhinha)
Stachys officinalis subsp. algeriensis (betónica)
Bartsia aspera
Orobanche rosmarinifolia
Piptatherum coerulescens
e) Taxa endémicos em Portugal mas ocorrentes na generalidade do Centro Litoral de Portugal:
Ulex densus (V)
Iberis procumbens subsp. microcarpa (II, IV)
Narcissus calcicola (II, IV)

f) Taxa que encontram na cadeia da Arrábida o limite Norte da sua área de ocorrência natural:
Osyris quadripartita
Cheilanthes vellea
Asplenium petrarchae
Helianthemum marinifolium
Fumana laevipes
Phlomis purpurea (mariola)
Teucrium haenseleri
Fumaria officinalis subsp.wirtgenii (fumária)
Conopodium thalictrifolium
Chamaerops humilis (paleira-das-vassouras) (de ocorrência duvidosa)
Ranunculus gramineus
(II) Constante do Anexo II da Directiva Habitats, relativo às Espécies Animais e Vegetais de Interesse Comunitário, cuja Conservação Requer a Designação de Zonas Especiais de Conservação
(IV) Constante do Anexo IV da Directiva Habitats, relativo às Espécies Animais e Vegetais de Interesse Comunitário, que Exigem uma Protecção Rigorosa
(V) Constante do Anexo V da Directiva Habitats, relativo às Espécies Animais e Vegetais de Interesse Comunitário, cuja Captura ou Colheita na Natureza e Exploração Podem Ser Objecto de Medidas de Gestão
(*) Espécie prioritária da Directiva Habitats

Vegetação da Arrábida
Os estudos fitossociológicos, seguindo a Escola de Montpellier, iniciaram-se nos anos 50, por uma equipa coordenada pelo próprio Prof. Braun-Blanquet, com a participação dos agrónomos Pinto da Silva e Rozeira. O primeiro trabalho engloba os carvalhais da Arrábida (Mata do Solitário).
Desde então, foram determinadas para a Arrábida 35 associações, enquadradas em 16 classes fitossociológicas e admite-se que com o prosseguimento das investigações se possam definir mais unidades, não obstante a sua menor expressão territorial.
Contudo e de uma forma mais simplificada, podemos definir como estruturas mais notáveis, por ordem crescente de importância ecológica, fitocenótica e fito-geográfica:
Os carvalhais marcescentes de Quercus faginea frequentes um pouco por toda a cadeia da Arrábida em especial nas encostas setentrionais e vales aluvio-coluvionares pouco degradados;
As formações caducifólias sub-ripícolas (ou de linhas de água torrenciais) com Crataegus monogyna subsp. brevispina e como elemento notável a Acer monspessulanum;
As formações perenifólias de cariz mediterrânico com Olea europaea e Ceratonia siliqua mais frequentes nos vales orientados a Sul;
As formações rupícolas, as escarpas calcáreas interiores que incluem Orysopsis coerulescens, Catapodium salzmanii, Narcissus calcicola (narciso calcícola), Cheilanthes catanensis, Convolvulus siculus, Linaria melanantha, Chaenortrinum origanifolium, etc.;
As formações perenifólias de possível transição durisilvae-laurisilvae com portes que atingem 15 m e dominados nos estádios mais equilibrados por Quercus coccifera, Phillyrea latifolia e incluindo a escadente Smilax aspera;
As formações de hemi-fruticeta muito localizadas nas arribas marítimas entre os Cabos Espichel e D'Ares caracterizadas pela presença de Euphorbia obtusifolia e Withnia frutescens;
As estruturas vestigiais de laurisilvae com elementos escadentes sob a forma arbustiva em estações rupícolas nas arribas marítimas junto do Cabo Espichel (caracterizado pela presença de Convolvulus fernandesii).

Habitats Naturais de Interesse Comunitário
São os habitats cuja conservação exige a designação de Zonas Especiais de Conservação (Anexo I da Directiva Habitats), ocorrentes na Arrábida:
Recifes
Vegetação anual da zona intertidal
Falésias com vegetação das costas mediterrânicas (c/ Limonium spp, endémicas)
Falésias com vegetação das costas macaronésicas (flora endémica)
Matos litorais de zimbros (Juniperus spp.) (*)
Dunas com vegetação esclerófita (Cisto-lavanduletalia)
Águas mesotróficas calcárias com vegetação bentónica de Characea
Charcos temporários mediterrânicos (*)
Troços de cursos de água com dinâmica natural e seminatural (leitos pequenos, médios e grandes), em que a qualidade de água não apresente alterações significativas
Curos de água mediterrãnicos intermitentes
Charnecas secas (todos os sutipos)
Formações de zimbro
Florestas termomediterrânicas e pré-estépicas de todos os tipos
Prados calcários cársicos (Alysso-Sedion albi) (*)
Formações herbáceas secas semi-naturais e fácies arbustivas em calcários (Festuco brometalia) (importantes habitats de orquídeas) (*)
Subestepes de gramíneas e anuais (Thero-Brachypodietea) (*)
Montados de Quercus suber e/ou Quercus ilex
Comunidades pioneiras de ervas altas de orlas de cursos de água em planície
Vegetação casmófita das vertentes rochosas calcárias
Rochas calcárias nuas (*)
Grutas não exploradas pelo turismo
Grutas marinhas submersas ou semisubmersas
Carvalhais de Quercus faginea (Península Ibérica)
Galerias ribeirinhas termomediterrânicas (Nerion-Tamaricetea) e do Sudoeste da Península Ibérica (Securinegion tinctoriae)
Florestas de Olea e Ceratonia
Florestas de Quercus suber
Florestas de Quercus ilex

(*) Tipos de habitats prioritários da Directiva Habitats
Centro de recepção de aves e animais feridos
Na Sede do Parque, em Setúbal, existe um Centro para receber aves e outros animais protegidos.
Aqui recolhem-se aves e outros animais de espécies protegidas que estejam lesionados ou que tenham estado ilegalmente em cativeiro. Depois de serem tratados e após um período de recuperação são largados no Parque, em zonas seleccionadas.
Se encontrar uma ave ou um mamífero abandonado ou ferido:
1- Recolha-o num local sombrio, calmo e com temperatura amena. Estes animais necessitam de muito sossego
2- Se for uma ave de rapina - antes do mais tenha atenção às suas poderosas garras que o podem ferir -, envolva-a primeiro com um tecido espesso, cobrindo-lhe cuidadosamente a cabeça (porque com a vista tapada, ela mantém-se mais calma)
3- Depois coloque-o dentro de uma caixa de cartão, sem se esquecer de fazer alguns furos para deixar passar o ar.
4- Contacte imediatamente um centro de recepção ou de recuperação de aves ou o Parque Natural, Reserva Natural ou Área Protegida mais próximo.
5- As aves de rapina são carnívoras. Na impossibilidade de entregar a ave de imediato, procure alimentá-la introduzindo na garganta pequenos pedaços de carne magra, humedecidos em água e não a force a beber.

gui

Duques de Aveiro


Duque de Aveiro é um título associado à Casa Real Portuguesa (criação em data incerta - mas antes de 1535 - ou por D. João III, ou mais naturalmente por seu pai D. Manuel I, que era quem desejava apagar a memória do Infante D. Pedro, duque de Coimbra, avô materno de D. João II, por ser filho de uma senhora Bragança) a favor de D. João de Lencastre, filho sucessor do 2º Duque de Coimbra D. Jorge de Lencastre, este filho bastardo de D. João II. Não sendo renovado o título de Coimbra por D. João III, ficou assim em uso o de Aveiro nesta Casa com a varonia do Príncipe Perfeito.
1-D. João de Lencastre (150122 de Agosto de 1571);
2-D. Jorge de Lencastre (15484 de Agosto de 1578);
3-D. Juliana de Lencastre (1560-1636);
4-D. Raimundo de Lencastre (16206 de Outubro de 1666);
5-D. Pedro de Lencastre (160823 de Abril de 1673);
6-D. Maria de Lencastre (16307 de Fevereiro de 1715);
7-D. Gabriel de Lencastre (1667-1745);
8-D. José de Mascarenhas e Lencastre (2 de Outubro de 170813 de Janeiro de 1759).
O 8º duque de Aveiro foi declarado apátrida por ordem régia e sentença judicial em 1759, deixando de ter, por isso, quaisquer direitos aos títulos que ostentava. O filho herdeiro do último duque (a quem o Marquês de Pombal proibiu que se casasse), D. Martinho Mascarenhas da Silva e Lencastre, 6º marquês de Gouveia, deixou descendência, embora ilegítima, na cidade de Aveiro e no concelho de Azeitão.
As propriedades desta família ducal foram todas confiscadas pela Casa Real em 1760. Todos os seus edifícios e bens próprios foram destruidos, concedidos a outrém, ou vendidos, depois de confiscados pelo Estado. As pedras de armas dos Aveiro foram mandadas picar, e o chão dos seus palácios e quintas mandado salgar. O próprio nome oficial da cidade de Aveiro foi alterado para o de Nova Bragança (mais tarde voltando ao original). A única propriedade ainda demonstrativa do antigo poder desta família é o grande e sumptuoso Palácio de Azeitão, infelizmente em total abandono e estado avançado de degradação.
São actualmente representantes dos Aveiro os marqueses de Lavradio, descendentes legítimos de D. Francisca das Chagas Mascarenhas, marquesa de Lavradio a qual foi irmã do 8º e último duque de Aveiro, sendo por isso também considerados chefes da família Lancastre. A varonia Lancastre, legítima, existe ainda, mas apenas na Casa dos condes da Lousã, os quais não descendem porém dos duques de Aveiro, mas sim de D. Jorge de Lencastre, 2º duque de Coimbra (pai do 1º duque de Aveiro) por um filho mais novo deste.

Bruno

Gruta da serra da arrabida


Algures perdida na Serra da Arrábida a caminho do Portinho, encontra-se a Gruta de Santa Margarida. Praticamente votada ao abandono, esta é uma das 21 maravilhas da região de Setúbal que merece ser visitada. Vale a pena parar em frente à Casa do Gaiato e procurar as escadas que se estendem junto à serra, que levam a esta gruta cravada nas rochas.
Dentro da gruta encontra-se uma capela do século XVII, que atraiu pescadores e devotos de Nossa Senhora da Salvação, ao longo dos séculos. Esperamos que agora o atraia a si.
Gonçalo

terça-feira, 27 de maio de 2008

A quinta da Bacalhoa


A Quinta da Bacalhoa é uma antiga propriedade da Casa Real Portuguesa. Esta, com o seu famoso Palácio da Bacalhoa (ou dos Albuquerques), situam-se em Azeitão, mais precisamente na pequena aldeia de Vila Fresca de Azeitão. É considerada a mais formosa quinta da primeira metade do século XVI, ainda existente em Portugal.No século XV pertenceu, como quinta de recreio, a João, Infante de Portugal, filho do rei D. João I. Herdou-a sua filha D. Brites, casada com o segundo Duque de Viseu e mãe do Rei D. D. Manuel I. Ainda existentes os edifícios, os muros com torreões de cúpulas aos gomos e também o grande tanque foram beneficiações mandadas construir por D. Brites.


Esta quinta viria a ser vendida em 1528 a D.Brás de Albuquerque, filho primogénito de D. Afonso de Albuquerque. O novo proprietário, além de ter enriquecido as construções com belos azulejos, mandou construir uma harmoniosa «casa de prazer», junto ao tanque, e dois robustos pavilhões, juntos aos muros laterais. Nos finais do século XVI, esta quinta fazia parte de morgadio pertencente a D. Jerónimo Teles Barreto — descendente de Afonso de Albuquerque. Este morgadio — em que estava incluída a Quinta da Bacalhoa — viria a ser herdado por sua irmã, D. Maria Mendonça de Albuquerque, casada com D. Jerónimo Manuel — da Casa da Atalaia — conhecido pela alcunha de «Bacalhau».
É muito provável que o nome de «Bacalhoa», pelo qual veio a ficar conhecida a antiga Quinta de Vila Fresca, em Azeitão, tenha tido origem no facto de a mulher de D. Jerónimo Manuel também ser designada da mesma forma sarcástica. Esta quinta ficou consagrada entre os tesouros artísticos de Portugal.
Gonçalo




Forte de Santa Maria da Arrábida


O Forte de Santa Maria da Arrábida ou Forte da Arrábida, está situado no sopé da encosta sul da cordilheira de mesmo nome, em posição dominante a sudoeste do Portinho da Arrábida, na barra norte do rio Sado, no Distrito de Setúbal, em Portugal.
Complementa o conjunto de fortificações setecentistas que, erguidos no contexto da guerra de Restauração da independência de Portugal, se estendiam pelo litoral desde Setúbal até ao Forte de São Domingos da Baralha, perto do cabo Espichel.

Pequeno forte marítimo, apresenta planta poligonal orgânica, com bateria terraplenada hexagonal e quatro parapeitos pelo lado do mar. As dependências de serviço encontram-se atualmente requalificadas como salas de exposição, de aquários e de vídeo.
Em sua
capela pode se observar uma belíssima imagem de Nossa Senhora, em pedra de lioz, de feição seiscentista.

Bruno



quarta-feira, 16 de abril de 2008

Gruta dos Morcegos ou furna dos morcegos



  • A Gruta situa-se, no maciço da Serra da Arrábida, entre Sesimbra e o morro de Alpertuche. Desenvolve-se em plena arriba vertical da serra, tendo cerca de 100 metros, ao longo de terrenos calcários do Jurássico.
    À sua frente existe uma Mimi praia de seixos rolados, que é submersa pela maré, pelo que a sua acessibilidade só pode ser feita por mar, sendo absolutamente necessário ter em atenção o horário das marés, para que se possa entrar e sair em segurança.
    A entrada da gruta, situa-se na base de uma alta falésia, chegados a este ponto, deparamos com uma galeria meio submersa, extensa e perpendicular à falésia, a meio do percurso surge um estrangulamento também inundado, desembocando em salas onde prolifera a colónia de morcegos, parecendo tratar-se de um autêntico santuário destas espécies.



  • Foi descoberta em data indeterminada, não dispomos de dados coerentes, que possibilitem fazer uma afirmação correcta. Lembramos apenas, que G. Zebyzesky, já a conhecia, anteriormente a 1941, pois a citou a alguns amigos, nomeadamente A. B. Machado, da Universidade do Porto, aquém ele a citou, e que, em Julho de 1941, veio explorar a sua fauna.



  • Do ponto de vista espeleológico, a Gruta dos Morcegos, têm a entrada na base de uma alta falésia, de terrenos calcários do Jurássico, a qual está meio obstruída por grandes pedras, resultantes dos movimentos marinhos que a cercam.
    Chegados a este ponto, deparamos com uma primeira galeria meio submersa, extensa e perpendicular à falésia, a meio do percurso surge um estrangulamento também inundado, desembocando aparentemente em duas outras salas onde prolifera a colónia de morcegos. A primeira é seca, tendo-se a sensação de já ter sido inundada em épocas anteriores, passa-se à segunda, já inundada, onde ainda se notam restos de tábuas depositadas possivelmente por camponeses de Azeitão em busca do guano dos morcegos (1) , deparamos com um charco de pequena profundidade e de repente apercebemos-nos, que afinal a gruta não acaba ali, mas ainda à mais pelo menos duas salas, onde as colónias de morcegos se desenvolvem, parecendo um autêntico santuário destas espécies.
    As suas formações são comuns a uma gruta natural sendo as espeleoformas normais sem nada de especial a assinalar, a não ser a quantidade apreciável, de guano, que nalgumas galerias, cobre o solo e as paredes, tornando as espeleoformas quase negras e provocando uma saturação de vapores existente na atmosfera respirável.



  • Do ponto de vista arqueológico, não dispomos de informação credível neste momento.




  • ESCAVAÇÕES Efectuadas e Publicações:

    G. Zebyzesky já a conhecia anteriormente a 1941.


    Exploração Biológica em 1941, pelo Dr. A. Barros Machado do Instituto de Biologia da Universidade do Porto.(2)


    Publicação em 1945, dos dados recolhidos na exploração de 1941, no nº8 do Boletim da Junta de Província da Estremadura.


    Bruno

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Um tipo de peixe que á no mar da serra da arrabida


Os peixes sofrem estas alterações pela contracção ou expansão das células de pigmentação, para intensificar ou reproduzir a cor que se vê através da pele.

Durante o período de acasalamento o macho intensifica a cor para atrair a fêmea.

A sua reprodução não é fácil, porém não é impossível em aquários com grandes dimensões e condições para o efeito.

A temperatura da água deve estar compreendida entre 25°C e 27°C. Em adultos atingem um tamanho de 4 cm.

Gonçalo

Arrabida cutural e patrimonial- A incrivel riqueza do mar-Um Convento pouco convencional


Arrabida cultural e patrmonial:

Passear pela Serra da Arrábida deslumbra e encanta.
A visão inesperada do mar, a vegetação e as falésias fazem da serra um dos sítios mais bonitos de Portugal. Não admira que tenha inspirado poetas como Sebastião da Gama. Pérola mediterrânica no meio do Atlântico, a Serra da Arrábida é abençoada pela natureza, mas também se distingue pelo património histórico e cultural. É a esse que o nosso passeio se dedica.


A riqueza do mar:

Lugar calmo e propício à meditação, a Serra da Arrábida foi procurada por frades, poetas e... corsários. Precisamente para combater estes últimos, D. Pedro, ainda regente, mandou construir em 1670 a Fortaleza de Nossa Senhora da Arrábida, no Portinho. É neste edifício seiscentista, sobranceiro ao mar, que funciona desde 1991 o Museu Oceanográfico. Tartarugas gigantes, chernes, ouriços do mar, moreias, linguados, tremelgas e espadartes são algumas espécies que podem ser vistas no museu, conservadas em álcool ou embalsamadas. Mas há também uma vértebra de baleia, fetos de golfinhos e a incrível Asconema setubalensis, uma esponja que ninguém diria tratar-se de um animal ! Nas várias salas do museu é ainda possível conhecer algumas técnicas de pesca e observar em aquários exemplos vivos da fauna e flora marinhas da Costa da Arrábida. Todas as espécies, mesmo as mais exóticas e incríveis, foram capturadas na região.


Um Convento pouco convencional:


Os frades Franciscanos que pediram a D. Pedro que construísse a fortaleza não queriam mesmo ser incomodados. Viviam na serra inacessível, longe do mundo, no meio da natureza, para estarem mais perto de Deus, como mostra a estátua do frade à entrada do convento: o globo terrestre pisado (desprezo pelo mundo), olhos tapados e boca fechada (recusa dos sentidos). Ainda hoje é um aviso para quem visita o convento fundado em 1542, sem frades desde 1834, e actualmente propriedade da Fundação Oriente. É um aviso e uma contradição: os frades queriam estar longe do mundo mas escolheram um lugar belíssimo. Afastaram-se dos prazeres, mas deliciaram-se com o mar, as olaias, o silêncio, os alimentos saudáveis e água fresca (o convento dispõe de um sistema hidráulico sofisticado que ainda hoje fornece a água necessária aos encontros que se realizam na parte moderna). Abraçaram uma “filosofia do essencial”, mas desfrutaram das maravilhas da natureza num convento pouco convencional. Ao contrário dos outros, este, que serviu de cenário a um filme de Manoel de Oliveira, é constituído por pequenos módulos, como se fosse uma aldeia no meio da serra. Os estudantes de arquitectura terão muito a aprender com a funcionalidade da pequena aldeia dos irmãos de S. Francisco de Assis.

Bruno/ze/gui

terça-feira, 18 de março de 2008

Ambiente discutido na Serra da Arrábida


Este ano dedicado ao ambiente, o seminário “O Futuro que Queremos para o Distrito de Setúbal” pretende “criar um fórum de discussão”, cuja atitude “interventiva contribua para o desenvolvimento do distrito”, afirma Pedro Brinca, director do “Setúbal na Rede”, a entidade organizadora do evento. A segunda edição do seminário realiza-se no próximo dia 15 de Maio tendo como palco as instalações do Convento da Arrábida.




Com o objectivo de “reunir um grande número de personalidades com um papel importante na região”, o director do portal do distrito justifica o tema deste ano com o facto do “ambiente ser um assunto em foco em Setúbal, além de existirem seis áreas de paisagem protegida na região”. Pedro Brinca salienta ainda que, “a candidatura da Arrábida a património mundial” também contribuiu para a escolha deste tema.



A escolha do Convento da Arrábida para a realização deste evento prende-se sobretudo “com a sua localização”, justifica o director. Situado em plena serra, o Convento permite “discutir este problema tão importante para o distrito, no lugar mais característico”, até porque o evento vai ter “visitas guiadas que vão permitir aos participantes conhecer melhor” este ex-libris de Setúbal, afirma Pedro Brinca.



Quanto às expectativas, o director do “Setúbal na Rede” espera que o seminário contribua “para a discussão dos problemas ambientais do distrito e para ajudar a levantar questões”. Quanto à aplicação prática das propostas que venham a decorrer da discussão, Pedro Brinca esclarece que isso “vai depender dos oradores e dos participantes, uma vez que o público também vai poder intervir”, no entanto, no que toca ao “Setúbal na Rede”, “o jornal pretende colher pistas para notícias com as quais pretende cobrar a aplicação das promessas que decorram deste evento”.



“O Futuro que Queremos para o Distrito de Setúbal” conta este ano com doze oradores que vão desde representantes de empresas, cuja actividade tenha implicações ambientais, de políticos a representantes de associações de defesa do ambiente, de que são exemplo o Parque Natural da Arrábida e a Quercus.



Esta iniciativa do “Setúbal na Rede” pretende ser reeditada bienalmente, sendo que há dois anos, a primeira edição do seminário foi dedicada ao turismo. O objectivo de cada nova edição do evento é debruçar-se sobre “um assunto que tenha implicações directas no futuro do distrito”, explica Pedro Brinca.

Bruno, Gonçalo, Gui, Zé

quarta-feira, 12 de março de 2008

Canoagem-Parque marinho


Este é um dos percursos obrigatórios do Grupo de Turismo Náutico. À excepção da Ponta da Piedade em Lagos, nunca navegámos em águas tão límpidas envoltas num cenário tão grandioso como o é a Serra da Arrábida.As imponentes falésias com mais de trezentos e oitenta metros de altura dão lugar a enseadas com praias magníficas onde só os kayaks podem navegar.Dissimuladas na paisagem natural encontramos as ruínas dos antigos arraiais de pesca e de um pequeno fortim e nas escarpas podem ser avistadas as tão famosas cabras da Arrábida para além de muitas espécies de aves.Existem também algumas grutas que podem ser visitadas e mesmo atravessadas, contudo será necessário recorrer aos serviços de um guia afim de garantir a altura certa para efectuar este tipo de exploração minimizando os riscos. Sugerimos a consulta às condicionantes impostas pelo Parque Natural.


Parque Marinho:


O Parque Marinho Prof. Luiz Saldanha, é a área marinha do Parque Natural da Arrábida (criado em 1998 através do DR Nº 23/98 de 14 de Outubro) com cerca de 53km2 de área correspondente aos 38 km de costa rochosa entre a praia da Figueirinha, na saída do estuário do Sado e a praia da Foz a norte do Cabo Espichel.Apresenta uma grande variedade de fundos de natureza rochosa e arenosa numa gama de profundidades até aos 100 m.Entre zonas muito abrigadas da agitação marítima, como no caso das numerosas enseadas existentes na base das escarpas costeiras, até zonas de forte ondulação como no Espichel, este Parque está ainda incluído na lista nacional de sítios da Rede Natura 2000 - sítio Arrábida - Espichel.É uma área com elevadíssima biodiversidade, conhecendo-se mais de 1.000 espécies da fauna e flora marinhas.A sua riqueza não tem igual quer a nível nacional quer europeu.Desde sempre que é conhecida por ter suportado importantes pescarias, estando ainda associada ao despertar da oceanografia biológica em Portugal nos finais do séc. XIX com os trabalhos do Rei D. Carlos e de outros naturalistas locais e das grandes universidades da altura.Localizada na grande área metropolitana de Lisboa, esta área tem solicitações muito intensas e variadas, desde o lazer a uma série de actividades económicas de onde se destaca a pesca. Este conjunto de pressões humanas revela-se muitas vezes conflituosa com os valores naturais pelo que se tornou necessário uma protecção especial deste sector da costa através da sua inclusão no Parque Natural bem como o seu zonamento e regulamentação.
Gonçalo

Potinho da serra da arrabida-Como ir para lá-Estadia-Tipo de rocha-Vias

Setúbal é uma cidade industrial a 60 Km ao sul de Lisboa e é a cidade principal mais próxima da Serra da Arrábida
O acesso mais rápido a Setúbal para quem vem do norte, é através da autoestrada em direcção ao sul, atravessando a ponte "25 de Abril" ou a "Vasco da Gama" seguindo a sinalização.
A Serra da Arrábida está a poente de Setúbal. Ao fundo, na encosta, junto ao mar, situa-se a localidade e a praia do Portinho da Arrábida, bem conhecida pelas suas águas límpidas.
Junto ao Portinho da Arrábida, a 5 minutos a pé, encontram-se falésias onde foram abertas várias vias por divEscalar no Portinho é agradável, mesmo com o forte calor do Verão, porque a praia que se encontra próxima vai permitir um bom banho ao fim das horas de escalada ...
No Verão, como as vias estão viradas a sul, são também mais difíceis de executar devido ao calor.
Por outro lado, no Inverno, a temperatura é boa e às vezes até se pode escalar com chuva, porque há vias abrigadas.
Não existia protecção de nidificação e podia-se escalar todo o ano. Agora existe um impasse até uma conclusão das negociações entre a Delegação de escaladores e o PNA.
Para comer, existem restaurantes nas proximidades do Portinho, onde se pode inclusivamente comprar um "farnel" para levar para a falésia. Procure manter a zona limpa, porque se trata dum parque natural protegido e de boa qualidade que é importante preservar.
ersos sectores.

Como ir para lá:

Em primeiro lugar, deve tomar o percurso em direcção a Setúbal. Em Setúbal, toma a Avenida pricipal Luísa Tody em direcção ao poente, até ao fim da avenida, onde vai entrar na estrada que segue para a Serra da Arrábida.



Neste percurso encontra sinalização para o Portinho. Se andar perdido pergunte que fácilmente lhe darão todas as indicações. O Portinho é bem conhecido.
Lá em baixo no Portinho, junto ao mar deparará com a falésia como mostra a foto .

Estadia:

Não é permitido acampar junto às vias. Se pretende ficar durante alguns dias na zona, pode arranjar uma pensão ou estalagem a bons preços em Setúbal.
Para acampar deve escolher um dos parques de campismo próximos

Tipos de Rochas:

A rocha é de calcário com buracos - boa para utilização de dedos. As falésias têm cerca de 10 a 27 metros de altura.
O acesso faz-se através de caminhos pela mata em subida. É fácil perdermo-nos dos sectores se não conhecermos. É bom perguntar aos escaladores "batidos" onde estão e qual o melhor atalho para os sectores.

Vias:

Todas as vias estão bem equipadas e têm níveis entre o IV grau e o 8a.
A maior parte delas são de níveis superiores ao 7b. Esta escola é de elevado grau de dificuldade não sendo por isso recomendável aos principiantes.
Esta zona de escalada é visitada por inúmeros conquistadores de altos graus de dificuldade, cujos elogios à qualidade das vias têm sido uma constante, nomeadamente no novo sector da FENDA.

Bruno/Ze/gui

terça-feira, 11 de março de 2008

Flora e Fauna


Fauna é o termo colectivo para a vida animal de uma determinada região ou período de tempo. O termo correspondente para plantas é flora. Flora, fauna e outras formas de vida como os fungos são coletivamente chamados de biota.Zoólogos e paleontólogos geralmente usam o termo fauna para se referir a uma colecção de animais tipicamente encontrados em um período específico ou lugar específico, por exemplo a "Fauna do Deserto de Sonora" ou "a fauna de Burgess shale".Os Paleontólogos referem-se a uma sequência de cerca de 80 estágios de fauna, que são séries de rochas contendo fósseis similares.O nome vem da Romana Fauna, deusa da terra e da fertilidade. Fauna é também o nome dado aos livros que catalogam animais. O termo foi usado pela primeira vez por Lineu como título de sua obra de 1746 Fauna Suecica.Em botânica, flora é o conjunto das espécies de plantas (geralmente, apenas as plantas verdes) características de uma região.Este trabalho resultou de uma intensa pesquisa bibliográfica e digital e, como é óbvio, não contém todas as espécies vegetais e animais mas tão-só as que nos pareceram mais significativas no concelho de Mirandela, aceitando sugestões para o melhorar.


Gonçalo


Doninha da Arrabida

A mustela nivalis (o seu nome científico), do género mustela, mais conhecido por doninha, é o menor carnívoro da Europa.Tem pelagem uniforme, da cor castanha no dorso e branca no ventre, mas as variedades do Norte e do Este da Europa ficam brancas no Inverno. Apresenta dimorfismo sexual acentuado, sendo os machos maiores que as fêmeas.Os seus dejectos são pequenos e normalmente são compridos e retorcidos, sendo a maior parte das vezes depositados em muros de pedra ou na vegetação. As pegadas são também pequenas e nestas é possível ver-se 5 dedos alongados com unhas.Vive numa vasta variedade de habitats, desde pastos até florestas e montanhas desde que tenha abrigo e presas. Mas tem preferência por campos agrícolas, especialmente os que se encontram com muros de pedra.São animais solitários e activos de dia e de noite (alternando horas de repouso com horas de actividade).A dieta consiste em mamíferos, como roedores e coelhos. Aves, répteis e ovos podem ser comidos de vez em quando.As suas crias nascem entre Abril e Maio, podendo haver mais ninhadas em Julho/Agosto se houver muito alimento.A gestação dura de 34 a 37 dias e o número de crias varia entre 4 e 6.Em Portugal é uma espécie não ameaçada, mas incluída nas espécies cuja sobrevivência pode estar ameaçada se não se adoptarem especiais precauções.

Gui

segunda-feira, 10 de março de 2008

A fundação de um convento na serra da Arrábida

A fundação de um convento na serra da Arrábida resultou de um encontro em fins de 1538 ou princípios de 1539 no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, em Espanha, de D. João de Lencastre, 1º Duque de Aveiro, com Frei Martinho, um religioso castelhano da Ordem de S. Francisco, filho dos Condes de Santo Estevam del Puerto. O frade confessou-lhe que desejava fazer uma vida eremita, dedicada exclusivamente a Nossa Senhora, e o duque ofereceu-lhe a serra da Arrábida, onde, como já se referiu, existia uma ermida aberta ao culto em que se venerava a imagem conhecida por Nossa Senhora da Arrábida. Alcançada a 23 de janeiro de 1539 a licença necessária do Padre-Geral da Ordem Franciscana, Frei Martinho veio para Portugal na companhia do leigo Frei Martinho Navarro e instalou-se na Arrábida a 23 de Setembro do mesmo ano. o local parece ter impressionado tanto o religioso castelhano que o cronista Frei António da Piedade lhe atribui, na altura da chegada, a frase «se não estou no Céu, estou nos seus arrabaldes». Frei Martinho de Santa Maria, como pediu que lhe chamassem logo que se devotou a Nossa Senhora da Arrábida, iniciou uma vida baseada na pobreza e na humildade em que se inspirou o fundador da sua Ordem. Descalçou as sandálias, encurtou o hábito de modo a dar-lhe o mínimo de agasalho, cingiu-o com uma corda de esparto e cobriu-se com um capuz piramidal que se tornou característico dos frades arrábidos. Segundo a tradição as suas refeições eram extremamente parcas, desprovidas de carne, peixe e vinho e constituídas quase exclusivamente por pão, legumes e algumas ervas cozidas. Frei Martinho Navarro não suportou a aspereza desta vida, retirando-se para Espanha e sendo substituído pelo português Frei Diogo de Lisboa. Os dois religiosos, juntamente com Frei Pedro de Alcântara Frei João Aquila, convidados pelos Duques de Aveiro, e ainda e Frei Francisco Pedraita, todos provenientes da Província Religiosa de S. Gabriel de Castela, formaram a primeira comunidade do Convento da Arrábida.

O cronista Frei António da Piedade refere-se muito pouco à Ermida de Nossa Senhora da Arrábida ou da Memória, a única edificação existente nessa época no local e que, segundo a sua citação, ficava à distância de quase uma légua da Ermida de El Carmen e olhava contra o mar oceano.. Existe no entanto um rol da prata e ornamentos. nela existentes, escrito por altura de uma das visitações da Ordem de Sant'Iago, iniciadas em 1553, por ordem de D. João III e ainda no tempo do 1º Duque de Aveiro, em que se assinala que a capela possuía:

Um cálice de prata dourada

Dois copos de ouro delgado

Um grão de aljofra encastoado em um pequeno de ouro

Oito pares de figuras de prata grandes e pequenas que lhe ofereceram

Uma cruz de chumbo da Flandres, toda dourada

Uma vestimenta nova de damasco com sanastros de veludo verde Outra vestimenta nova de pano da índia, muito boa, com sanastros de zargania

Outra de chamelote laranjada, ornada de damasco preto Um frontal de damasco branco

Muitos tocados de Nossa Senhora

Duas toalhas de algodão

Uns mantos novos

Duas toalhas de ponto branco

Duas arcas de cedro em que estão todos os ornamentos Uma caldeira de água benta

Uma alampada de Nossa Senhora Dois sinos grandes

Quatro meãos

Seis pequenos

Conhece-se pouco acerca da imagem de Nossa Senhora da Arrábida que ali se venerava, a não ser que os frades, para a defenderem, pois «tantos desejos se tinham manifestado de a possuírem», substituíram-na por uma outra. A imagem que até há cerca de duas décadas existia na capela e que se diz ter sido roubada já não era a que substituiu o original. Fora colocada na ermida em 1713 pelo guardião do convento, tendo-se tomado «alvo da devoção dos fiéis, por tão perfeita e limpa».Existindo na serra, por essa altura, como atrás se referiu, apenas a Ermida de Nossa Senhora da Arrábida, os cinco anacoretas ali viveram fazendo por suas mãos estreitas celas onde se abrigavam, as quais, segundo o cronista da Arrábida, «mais pareciam cabanas de pastores» . Actualmente persiste apenas um desses cubículos que, segundo se julga, foi de início a cela de Frei Martinho e depois a de Frei Pedro de Alcântara e onde, segundo a lenda, residiu Hildebrant. Esta pequena habitação foi acrescentada mais tarde e transformada em sacristia da Ermida de Nossa Senhora da Arrábida. Em 1640 o Duque de Aveiro, D. Raimundo, mandou reparar a ermida, forrá-la de azulejos e ainda colocar-lhe a imagem de S. Pedro de Alcântara e uma inscrição em que se assinalava o ano da beatificação do frade e se fazia referência à acção que tivera na reforma arrábida: «Esta Ermida foi a Própria Cela Do Santo Frei Pedro de Alcântara, em que viveu Alguns tempos, e foi guardião No Mosteiro de Palhais desta Província de N. S. da Arrábida, donde passou a Castela a fundar a Província de S. Joseph e lá faleceu dia de S. Lucas, o ano de 1562 aos 63 da sua idade e 47 de hábito. Foi beatificado pelo Papa Gregório XV na era de 1622 e para consolação e memória dos seus devotos mandou o Duque D. Raimundo reparar esta sua cela e pôr aqui a sua imagem no ano de 1644.

Tudo desapareceu nos últimos anos, tornando-se desolador o aspecto interior deste pequeno templo, que, dada a sua antiguidade e significado, constituía um património valioso do País, que merecia ter sido conservado. Em 1720, um guardião do convento, Frei José da Esperança, restaurou as restantes celas e mandou colocar algumas estátuas de barro, evocando os principais momentos da vida penitente dos primeiros arrábidos. São estas reconstituições que actualmente ainda existem, embora quase irreconhecíveis devido ao vandalismo e à ignorância. O refeitório inicial era uma «gruta ou cova, formada por dois penedos, limitando entre si, um breve espaço o qual não consente mais que uma pessoa.. O guardião do convento Frei José de Jesus Maria mandou-o reparar em 1715 e colocar-lhe três imagens, uma de S. Francisco de Assis, outra do fundador e outra ainda de S. Pedro de Alcântara. Num banco de pedra, edificado no interior do primitivo refeitório, foram modeladas também, por ordem do mesmo guardião, as imagens dos outros companheiros e do primeiro noviço. Até há poucos anos existia somente um pedaço da última destas estátuas, constituída por uma parte do hábito e a representação simbólica de uma refeição. Actualmente já nada resta. O Padre-Geral da Ordem Franciscana Frei João Calvo visitou a Arrábida em 1542 a convite do Duque de Aveiro, D. João de Lencastre, incorporando a ermida na Ordem assim como os conventos que se fundassem no futuro, os quais ficariam sujeitos ao seu Superior. Autorizou também a edificação de um convento naquele local e nomeou custoio Frei Martinho de Santa Maria, com a faculdade de receber noviços. Terminava desta maneira a vida ermítica e os cinco anacoretas constituíam a Custóia da Arrábida, mais tarde, em 1560, a pedido do Cardeal D. Henrique, elevada a Penitente e Observante Província da Arrábida. Já tinham decorrido dois anos da vida da comunidade franciscana da Arrábida quando D. João de Lencastre iniciou, em 1542, uma construção que para se distinguir da primitiva instalação - o Convento Velho - se tomou conhecida por Convento Novo. O seu plano incluía a edificação de «uma igreja mais ampla e mosteiro com oficinas em sítio mais acomodado onde também havia terra capaz para hortego».

As obras estiveram interrompidas a partir de certa altura porque Frei Martinho julgou que uma melhoria tão grande das condições de vida poderia desvirtuar a austeridade da reforma pretendida e também porque Frei André da Insua, provincial da província do Algarve (1543-1553), dificultou o cumprimento dos estatutos que regiam a Custóia da Arrábida. Entretanto, nem este obstáculo nem a própria morte do fundador, ocorrida em Lisboa no Hospital de Todos os Santos em 1547, impediram que a comunidade prosperasse e se modificasse a espiritualidade dos frades fundamentada na Regra de S. Francisco de Assis. É, no entanto, de assinalar que a presença na Arrábida de S. Pedro de Alcântara teve um papel relevante na concretizarão deste objectivo. Frei Martinho tinha feito, entretanto, profissão a oito noviços, entre os quais se distinguiram Frei Pedro Lagarto (que estudou Teologia em Salamanca e foi o primeiro pregador da Ordem e mais tarde provincial); Frei Damião da Torre (que exerceu os cargos de 2.2 e 3.Q provincial); Frei Salvador da Cruz (que morreu em Alcácer Quibir, confortando os portugueses que ficaram cativos) e Frei Jácome Peregrino (que estudou em Salamanca e foi mais tarde primeiro provincial na reforma arrábida). Dom Jorge, 2º Duque de Aveiro, preocupou-se no seu testamento feito antes de partir para Alcácer Quibir, não só em manter a sua linhagem mas também em salvaguardar o Mosteiro de Nossa Senhora da Arrábida, que era a «Cabeça da Província dos seus fradinhos menores», para o que pedia ao rei que concedesse aforamento de toda a serra da Arrábida a sua filha D. juliana. Antes da sua morte teve contudo ainda a oportunidade de mandar proceder à edificação da cerca do convento, de promover uma maior aproximação das celas dos religiosos, que até então se encontravam dispersas pela serra, e também de iniciar outras obras que vieram a completar-se depois da sua morte. Dom Álvaro, 3º Duque de Aveiro, casado com D. juliana, concretizou todos os projectos de D. Jorge e prestou «ainda ajuda de custo aos guardiães que fizeram outras que de todas se compõem o convento na forma que hoje se conserva»

O chamado Convento Novo está edificado na encosta da serra, do lado sul, com a frente para o mar, «a meio pendor de uma garganta que medeia a parte principal da serra, entre dois espigões alcantilados, num fantástico efeito de cenografia». É um convento rústico constituído por um agrupamento de pequenas celas, igrejas e outras dependências, alvejando por entre as árvores. A descrição mais antiga deste mosteiro data de 1728 e deve-se a Frei António da Piedade. Este cronista escreveu que «subindo os que forem pelo mar e descendo os que caminham por terra, dirigindo-se por áspera vereda, chega-se a um largo onde se depara a entrada do convento, ante a qual se ergue um penhasco, sobre que está uma cruz de pedra e defronte dela a imagem do segundo fundador, S. Pedro de Alcântara, com os braços abertos para a mesma Cruz». É o que se observa ainda hoje, embora a imagem já não seja a original. À esquerda da porta de entrada do edifício do convento existe uma figura de mármore, de dez palmos de alto., firmada sobre uma esfera, representando Frei Martinho, com os braços em cruz, os olhos vendados, a boca e o peito fechados a cadeado e empunhando na mão direita uma tocha acesa e na esquerda as disciplinas e os cilícios. Na esfera há uma inscrição meio apagada, que lembra aos frades o alto exemplo do fundador do Convento e assinala que a sua construção foi efectuada em 1662 sob os auspícios do Duque D. Álvaro, 3º padroeiro desta Santa Província. Transposto o portão de ferro do mosteiro depara-se-nos as portas da igreja e da portaria que se encontravam no século XVIII forradas de cortiça, o que actualmente sucede apenas com a da igreja. As paredes do corredor da portaria ou «trânsito» estão ornamentadas com um lindo embrechado a enquadrar painéis de azulejo que representam figuras da Ordem Franciscana: S. Jácome da Marca, S. Bernardino de Sena, S. Luís Bispo, S. Boaventura, S. Pedro de Alcântara, Santo António de Lisboa, S. Francisco de Assis, Frei Francisco dos Reis, Frei Diogo dos Anjos e Frei Agostinho da Cruz. Há cerca de 30 anos, durante uma exploração minuciosa que se efectuou com Henri Delpeut ao recinto do convento, com a finalidade de procurar obter elementos sobre a comunidade que o habitara, encontraram-se alguns fragmentos de azulejos, em tudo idênticos aos dos painéis da portaria, representando a cabeça de um frade, não adaptável a qualquer das figuras aí existentes. Depois de várias conjecturas admitiu-se que pudessem constituir parte de um painel representativo de Frei Martinho de Santa Maria, retirado da parede do corredor da portaria por desnecessário, quando o 3º Duque de Aveiro mandou colocar a figura do fundador na frontaria do mosteiro. Admitiu-se, também, a possibilidade de o painel ter estado onde actualmente, junto do arco da portaria, se vê um anjo, igualmente de azulejo, segurando um pergaminho onde se faz uma referência muito particular a três figuras quando, na realidade, pelo menos mais uma das que ornamentam o corredor - a de Frei Pedro de Alcântara deveria forçosamente ser considerada na inscrição porque foi dos primeiros religiosos que viveu nas condições assinaladas. No fim do corredor da portaria está a imagem de Jesus rezando no horto e, à esquerda, o jardim de S. Pedro de Alcântara, junto do qual se encontra a Capela de Nossa Senhora da Piedade. O jardim permite, também, passagem para a Fonte da Samaritana, e, por intermédio de dezoito degraus de pedra tosca, conduz, ainda, a um largo ladrilhado coberto por uma parreira, o qual dá acesso à cozinha, refeitório e tribuna dos duques. Do lado da cozinha e a meio do refeitório existe uma outra escada estreita que dá passagem para algumas celas, o Terreiro de Sant'Iago, a cela dos prelados e o coro. À frente do terreiro, subindo por uma escada de pedra, com seis degraus, encontra-se a cela de Frei Diogo dos Anjos e, à esquerda do mesmo terreiro, utilizando outra escada, chega-se à livraria e a outras celas. Mais acima ainda, já ,entre os bosques da montanha., há uma pequena capela dedicada ao Ecce Homo e outra dedicada à imagem de Nosso Senhor Crucificado. Dispersas por entre as árvores silvestres, encontravam-se mais celas cujos acessos se faziam por pequenas escadas. A vasta bibliografia existente sobre o Convento da Arrábida não justifica uma descrição extensa e pormenorizada das suas dependências. No entanto deve fazer-se uma breve referência a alguns pormenores que o caracterizam, e à história de algumas edificações existentes na sua vizinhança, factos que se consideram imprescindíveis ao tentar rememorar a história da serra da Arrábida. A igreja do Convento é pequena, como o eram, por estatuto, as da mesma Ordem. A imagem de Nossa Senhora da Arrábida, que nela se venera, tem uma lenda e uma história curiosa. «É tradição dos nossos padres», diz Frei António da Piedade, «que a imagem existente na Ermida da Memória foi trazida para o Convento Novo quando este se fundou; porém, três vezes se ausentou para o local a que pertencia. Os frades resolveram, em face do prodígio, colocar na nova igreja uma outra imagem que, ainda aí é venerada». A nova imagem era de pedra e estava sentada numa cadeira; tinha também no braço esquerdo um Menino Jesus, o qual, com uma das mãos, pegava numa ave e com a outra arrancava um espinho do pé, sinal da aspereza da vida na serra. Um guardião do convento achou pouco própria a posição sentada da imagem e resolveu pô-la de pé, mandando-a serrar a construir-lhe um meio corpo de madeira. Dado o facto de a mão direita estar pegada à cadeira, fez-lhe outra, em que pôs um ceptro. Estas alterações foram, como seria de esperar, motivo de forte contestação quer por parte dos frades quer por parte daqueles que se têm interessado pela história do mosteiro.

A igreja tem sepultadas algumas pessoas ilustres tanto pela sua posição como pelas suas virtudes. À entrada está a lápide tumular do 5º Duque de Aveiro. É de mármore e tem uma tarja preta. A sua inscrição é a seguinte: «Este lugar escolheo pª seu jazigo o Exmº Snor o Duque D. P.º Arcebispo e Inquizidor Geral Falec.º em 23 de Abril de 1673» Na capela-mor jazem os Duques D. Álvaro e D. Juliana, seu filho o Duque de Torres Novas e a sua neta Ana Luísa. No lado esquerdo da igreja, entre o confessionário e a teia, forrada de grades no canto da parede da sacristia, está sepultado Frei Agostinho da Cruz. Em três campas contíguas ficaram repousando Frei Diogo dos Anjos, Frei Francisco dos Reis e Pedro Mesquita Carneiro. Finalmente, no corredor da portaria à entrada da porta lateral da igreja, está Frei Tomé de Jesus, que, contrariamente aos anteriores, foi um humilde moço que serviu a comunidade dos 14 aos 83 anos, esmolando para o convento no caminho de Azeitão e das povoações circunvizinhas. Conta Frei António da Piedade que seu corpo se conserva inteiro, triunfando da corrupção, privilégio com que o próprio Deus parece querer acreditar a sua santidade. As celas foram construídas junto à encosta da serra ou escavadas na própria rocha; tinham apenas as dimensões necessárias para cada monge se mover dentro delas, não podendo, contudo, permanecer de pé. A luz só ali penetrava coada por estreitas frestas que lhes permitiam, porém, contemplar o maravilhoso panorama que dali se avistava. A pouca altura da parede desdobrava-se uma prancha larga de uma alna, coberta por um cobertor, a qual constituía a cama dos frades. O seu travesseiro era formado por um madeiro tosco e às vezes por uma pedra. Não existia, em nenhuma delas, qualquer outro móvel. Pode-se observar ainda uma cela de aspecto particular, «em proeminente lugar, subindo uma escada tosca de dezasseis degraus, que pertenceu ao venerável Frei Diogo dos Anjos, singular anacoreta deste ermo., onde existe ,uma imagem do Senhor Crucificado em um painel que, por tradição, falava com o seu fiel servo. A comunidade dos frades capuchos arrábidos tornou-se notável pela austeridade da sua vida, como Frei Martinho preconizara quando iniciou a sua reforma. As refeições constavam de peixe, legumes e ovos, A água servia-se em vasos de cortiça e os pratos eram conchas de mariscos recolhidas na praia. A carne não fazia parte das ementas do convento; «quando acontecia algum frade adoecer era levado para uma casa existente no sopé da montanha» segundo cremos a Casa dos Frades, «onde lhe serviam refeições de carne que em Portugal se consideram boas para todas as doenças» os frades tinham uma só refeição. O guardião ocupava o lugar do meio de uma mesa em ferradura em que se sentava toda a comunidade. Enquanto comiam ninguém pronunciava uma palavra excepto um frade que, próximo da porta, lia em voz alta trechos de um livro religioso. A água que servia a comunidade era fornecido pela fonte da Samaritana, «É uma água cristalina, saborosíssima que nasce de uma penha que fica em baixo do altar-mor. No mais ardente estio não falta e neste ano de 1715 em que secaram as mais nomeadas fontes e celebrados rios do reino, ela sempre se conservou ainda que com alguma diminuição, mas não aquela que se podia recear à vista da calamidade do tempo e aspereza da serra. 0 mesmo sucedeu em 1945 não obstante a água ter escasseado em todo o país, devido à falta de chuva. A fonte que hoje se vê, segundo contaram algumas pessoas muito idosas, tem um aspecto diferente do que ainda chegaram a conhecer: Era «dum vistoso embrechado» como referiu Frei António da Piedade, ocupava um recanto do edifício do convento cujas paredes laterais estavam, em parte, revestidos por dois painéis de azulejo, os quais há muito deixaram de existir. O da esquerda representava a Samaritana dando de beber a Jesus junto do poço de Jacó, como D. Dulce Perestrelo já assinalou em Arrábida e o Seu Convento, e o da direita, segundo se conseguiu apurar, uma transcrição do Evangelho segundo São João 4:7 «Chegou uma mulher da Samaria e Jesus disse-lhe: DÁ-ME DE BEBER». Quando D. Álvaro, 3º Duque de Aveiro, continuou as edificações iniciadas por seu primo D. Jorge, mandou construir a Casa da Romagem (actualmente conhecida pela Romana, Casa do Círio ou Hospedaria), que lhe servia de alojamento quando por aqui se demorava com os filhos, caçando ou pescando, e projectou as «ermidas» ou «guaritas» na crista do monte, para estação dos passos de Jesus e oferecer abrigo aos arrábidos ermidas, deixando três por acabar.





Bruno

Imagem da Pedra da Anicha



Gonçalo/Zé

Lobos da Serra da Arrabida


Foi em 1982 quando fui solicitado para começar um projecto lobo em Portugal usando o resultado no estudo do lobo e do seu ecossistema.

O principal problema em todos os Países onde há muitos predadores, como o lobo, lince, ursos, são os estragos que estes podem causar nos animais domésticos. O segundo problema com o qual temos que lidar é a perseguição ao lobo de tal maneira que em certas regiões, a população do lobo está a decair e nalguns casos caminha para a extinção total.

O número de lobos em Portugal está a decair isto porque se caçam e envenenam simplesmente para se verem livres deles. Tem que se compreender que por exemplo os agricultores não gostam de perder ovelhas e outros animais a toda a hora.

Então culpa-se os lobos. Mas há outras formas de diminuir os prejuízos que não seja matar os lobo. Primeiro que tudo temos que saber o porque dos lobos caçarem animais domésticos em determinadas áreas e porque não o fazem noutras áreas.

Quando se fez um inquérito no norte de Portugal concluímos que os estragos nesta região são muito pequenos, isto porque aqui existe para eles muitos animais selvagens para caçar. Nas áreas aonde foram registadas os maiores estragos, os animais selvagens especialmente os de grande porte, não os havia ou estavam presentes em pequeno número. Por isto alertamos para a protecção dos animais selvagens, o melhor possível e por mais tempo possível, para lhes dar uma chance de crescer e expandir por grandes áreas. Os abusos tem que ser parados de maneira a que nunca mais sejam cometidos. O mundo selvagem deve ser ordenado de maneira a que seja o mais atractivo possível para os animais selvagens. Na grande floresta aonde têm sido vistos Red Deer para melhor protecção existem também espaços abertos aonde poderão aumentar a população.

Ajudando os Red Deer nestas áreas faremos com que a sua população cresça mais rapidamente. Criar zonas florestais para lobos será uma medida a tomar em consideração. Assim podemos trazer para aqui animais domésticos mortos sendo estes uma presa fácil para os lobos, assim estes terão boa comida e a nós fazem-nos um favor, não necessitando os lobos de caçar animais domésticos.

Gonçalo/Zé