terça-feira, 18 de março de 2008

Ambiente discutido na Serra da Arrábida


Este ano dedicado ao ambiente, o seminário “O Futuro que Queremos para o Distrito de Setúbal” pretende “criar um fórum de discussão”, cuja atitude “interventiva contribua para o desenvolvimento do distrito”, afirma Pedro Brinca, director do “Setúbal na Rede”, a entidade organizadora do evento. A segunda edição do seminário realiza-se no próximo dia 15 de Maio tendo como palco as instalações do Convento da Arrábida.




Com o objectivo de “reunir um grande número de personalidades com um papel importante na região”, o director do portal do distrito justifica o tema deste ano com o facto do “ambiente ser um assunto em foco em Setúbal, além de existirem seis áreas de paisagem protegida na região”. Pedro Brinca salienta ainda que, “a candidatura da Arrábida a património mundial” também contribuiu para a escolha deste tema.



A escolha do Convento da Arrábida para a realização deste evento prende-se sobretudo “com a sua localização”, justifica o director. Situado em plena serra, o Convento permite “discutir este problema tão importante para o distrito, no lugar mais característico”, até porque o evento vai ter “visitas guiadas que vão permitir aos participantes conhecer melhor” este ex-libris de Setúbal, afirma Pedro Brinca.



Quanto às expectativas, o director do “Setúbal na Rede” espera que o seminário contribua “para a discussão dos problemas ambientais do distrito e para ajudar a levantar questões”. Quanto à aplicação prática das propostas que venham a decorrer da discussão, Pedro Brinca esclarece que isso “vai depender dos oradores e dos participantes, uma vez que o público também vai poder intervir”, no entanto, no que toca ao “Setúbal na Rede”, “o jornal pretende colher pistas para notícias com as quais pretende cobrar a aplicação das promessas que decorram deste evento”.



“O Futuro que Queremos para o Distrito de Setúbal” conta este ano com doze oradores que vão desde representantes de empresas, cuja actividade tenha implicações ambientais, de políticos a representantes de associações de defesa do ambiente, de que são exemplo o Parque Natural da Arrábida e a Quercus.



Esta iniciativa do “Setúbal na Rede” pretende ser reeditada bienalmente, sendo que há dois anos, a primeira edição do seminário foi dedicada ao turismo. O objectivo de cada nova edição do evento é debruçar-se sobre “um assunto que tenha implicações directas no futuro do distrito”, explica Pedro Brinca.

Bruno, Gonçalo, Gui, Zé

quarta-feira, 12 de março de 2008

Canoagem-Parque marinho


Este é um dos percursos obrigatórios do Grupo de Turismo Náutico. À excepção da Ponta da Piedade em Lagos, nunca navegámos em águas tão límpidas envoltas num cenário tão grandioso como o é a Serra da Arrábida.As imponentes falésias com mais de trezentos e oitenta metros de altura dão lugar a enseadas com praias magníficas onde só os kayaks podem navegar.Dissimuladas na paisagem natural encontramos as ruínas dos antigos arraiais de pesca e de um pequeno fortim e nas escarpas podem ser avistadas as tão famosas cabras da Arrábida para além de muitas espécies de aves.Existem também algumas grutas que podem ser visitadas e mesmo atravessadas, contudo será necessário recorrer aos serviços de um guia afim de garantir a altura certa para efectuar este tipo de exploração minimizando os riscos. Sugerimos a consulta às condicionantes impostas pelo Parque Natural.


Parque Marinho:


O Parque Marinho Prof. Luiz Saldanha, é a área marinha do Parque Natural da Arrábida (criado em 1998 através do DR Nº 23/98 de 14 de Outubro) com cerca de 53km2 de área correspondente aos 38 km de costa rochosa entre a praia da Figueirinha, na saída do estuário do Sado e a praia da Foz a norte do Cabo Espichel.Apresenta uma grande variedade de fundos de natureza rochosa e arenosa numa gama de profundidades até aos 100 m.Entre zonas muito abrigadas da agitação marítima, como no caso das numerosas enseadas existentes na base das escarpas costeiras, até zonas de forte ondulação como no Espichel, este Parque está ainda incluído na lista nacional de sítios da Rede Natura 2000 - sítio Arrábida - Espichel.É uma área com elevadíssima biodiversidade, conhecendo-se mais de 1.000 espécies da fauna e flora marinhas.A sua riqueza não tem igual quer a nível nacional quer europeu.Desde sempre que é conhecida por ter suportado importantes pescarias, estando ainda associada ao despertar da oceanografia biológica em Portugal nos finais do séc. XIX com os trabalhos do Rei D. Carlos e de outros naturalistas locais e das grandes universidades da altura.Localizada na grande área metropolitana de Lisboa, esta área tem solicitações muito intensas e variadas, desde o lazer a uma série de actividades económicas de onde se destaca a pesca. Este conjunto de pressões humanas revela-se muitas vezes conflituosa com os valores naturais pelo que se tornou necessário uma protecção especial deste sector da costa através da sua inclusão no Parque Natural bem como o seu zonamento e regulamentação.
Gonçalo

Potinho da serra da arrabida-Como ir para lá-Estadia-Tipo de rocha-Vias

Setúbal é uma cidade industrial a 60 Km ao sul de Lisboa e é a cidade principal mais próxima da Serra da Arrábida
O acesso mais rápido a Setúbal para quem vem do norte, é através da autoestrada em direcção ao sul, atravessando a ponte "25 de Abril" ou a "Vasco da Gama" seguindo a sinalização.
A Serra da Arrábida está a poente de Setúbal. Ao fundo, na encosta, junto ao mar, situa-se a localidade e a praia do Portinho da Arrábida, bem conhecida pelas suas águas límpidas.
Junto ao Portinho da Arrábida, a 5 minutos a pé, encontram-se falésias onde foram abertas várias vias por divEscalar no Portinho é agradável, mesmo com o forte calor do Verão, porque a praia que se encontra próxima vai permitir um bom banho ao fim das horas de escalada ...
No Verão, como as vias estão viradas a sul, são também mais difíceis de executar devido ao calor.
Por outro lado, no Inverno, a temperatura é boa e às vezes até se pode escalar com chuva, porque há vias abrigadas.
Não existia protecção de nidificação e podia-se escalar todo o ano. Agora existe um impasse até uma conclusão das negociações entre a Delegação de escaladores e o PNA.
Para comer, existem restaurantes nas proximidades do Portinho, onde se pode inclusivamente comprar um "farnel" para levar para a falésia. Procure manter a zona limpa, porque se trata dum parque natural protegido e de boa qualidade que é importante preservar.
ersos sectores.

Como ir para lá:

Em primeiro lugar, deve tomar o percurso em direcção a Setúbal. Em Setúbal, toma a Avenida pricipal Luísa Tody em direcção ao poente, até ao fim da avenida, onde vai entrar na estrada que segue para a Serra da Arrábida.



Neste percurso encontra sinalização para o Portinho. Se andar perdido pergunte que fácilmente lhe darão todas as indicações. O Portinho é bem conhecido.
Lá em baixo no Portinho, junto ao mar deparará com a falésia como mostra a foto .

Estadia:

Não é permitido acampar junto às vias. Se pretende ficar durante alguns dias na zona, pode arranjar uma pensão ou estalagem a bons preços em Setúbal.
Para acampar deve escolher um dos parques de campismo próximos

Tipos de Rochas:

A rocha é de calcário com buracos - boa para utilização de dedos. As falésias têm cerca de 10 a 27 metros de altura.
O acesso faz-se através de caminhos pela mata em subida. É fácil perdermo-nos dos sectores se não conhecermos. É bom perguntar aos escaladores "batidos" onde estão e qual o melhor atalho para os sectores.

Vias:

Todas as vias estão bem equipadas e têm níveis entre o IV grau e o 8a.
A maior parte delas são de níveis superiores ao 7b. Esta escola é de elevado grau de dificuldade não sendo por isso recomendável aos principiantes.
Esta zona de escalada é visitada por inúmeros conquistadores de altos graus de dificuldade, cujos elogios à qualidade das vias têm sido uma constante, nomeadamente no novo sector da FENDA.

Bruno/Ze/gui

terça-feira, 11 de março de 2008

Flora e Fauna


Fauna é o termo colectivo para a vida animal de uma determinada região ou período de tempo. O termo correspondente para plantas é flora. Flora, fauna e outras formas de vida como os fungos são coletivamente chamados de biota.Zoólogos e paleontólogos geralmente usam o termo fauna para se referir a uma colecção de animais tipicamente encontrados em um período específico ou lugar específico, por exemplo a "Fauna do Deserto de Sonora" ou "a fauna de Burgess shale".Os Paleontólogos referem-se a uma sequência de cerca de 80 estágios de fauna, que são séries de rochas contendo fósseis similares.O nome vem da Romana Fauna, deusa da terra e da fertilidade. Fauna é também o nome dado aos livros que catalogam animais. O termo foi usado pela primeira vez por Lineu como título de sua obra de 1746 Fauna Suecica.Em botânica, flora é o conjunto das espécies de plantas (geralmente, apenas as plantas verdes) características de uma região.Este trabalho resultou de uma intensa pesquisa bibliográfica e digital e, como é óbvio, não contém todas as espécies vegetais e animais mas tão-só as que nos pareceram mais significativas no concelho de Mirandela, aceitando sugestões para o melhorar.


Gonçalo


Doninha da Arrabida

A mustela nivalis (o seu nome científico), do género mustela, mais conhecido por doninha, é o menor carnívoro da Europa.Tem pelagem uniforme, da cor castanha no dorso e branca no ventre, mas as variedades do Norte e do Este da Europa ficam brancas no Inverno. Apresenta dimorfismo sexual acentuado, sendo os machos maiores que as fêmeas.Os seus dejectos são pequenos e normalmente são compridos e retorcidos, sendo a maior parte das vezes depositados em muros de pedra ou na vegetação. As pegadas são também pequenas e nestas é possível ver-se 5 dedos alongados com unhas.Vive numa vasta variedade de habitats, desde pastos até florestas e montanhas desde que tenha abrigo e presas. Mas tem preferência por campos agrícolas, especialmente os que se encontram com muros de pedra.São animais solitários e activos de dia e de noite (alternando horas de repouso com horas de actividade).A dieta consiste em mamíferos, como roedores e coelhos. Aves, répteis e ovos podem ser comidos de vez em quando.As suas crias nascem entre Abril e Maio, podendo haver mais ninhadas em Julho/Agosto se houver muito alimento.A gestação dura de 34 a 37 dias e o número de crias varia entre 4 e 6.Em Portugal é uma espécie não ameaçada, mas incluída nas espécies cuja sobrevivência pode estar ameaçada se não se adoptarem especiais precauções.

Gui

segunda-feira, 10 de março de 2008

A fundação de um convento na serra da Arrábida

A fundação de um convento na serra da Arrábida resultou de um encontro em fins de 1538 ou princípios de 1539 no Santuário de Nossa Senhora de Guadalupe, em Espanha, de D. João de Lencastre, 1º Duque de Aveiro, com Frei Martinho, um religioso castelhano da Ordem de S. Francisco, filho dos Condes de Santo Estevam del Puerto. O frade confessou-lhe que desejava fazer uma vida eremita, dedicada exclusivamente a Nossa Senhora, e o duque ofereceu-lhe a serra da Arrábida, onde, como já se referiu, existia uma ermida aberta ao culto em que se venerava a imagem conhecida por Nossa Senhora da Arrábida. Alcançada a 23 de janeiro de 1539 a licença necessária do Padre-Geral da Ordem Franciscana, Frei Martinho veio para Portugal na companhia do leigo Frei Martinho Navarro e instalou-se na Arrábida a 23 de Setembro do mesmo ano. o local parece ter impressionado tanto o religioso castelhano que o cronista Frei António da Piedade lhe atribui, na altura da chegada, a frase «se não estou no Céu, estou nos seus arrabaldes». Frei Martinho de Santa Maria, como pediu que lhe chamassem logo que se devotou a Nossa Senhora da Arrábida, iniciou uma vida baseada na pobreza e na humildade em que se inspirou o fundador da sua Ordem. Descalçou as sandálias, encurtou o hábito de modo a dar-lhe o mínimo de agasalho, cingiu-o com uma corda de esparto e cobriu-se com um capuz piramidal que se tornou característico dos frades arrábidos. Segundo a tradição as suas refeições eram extremamente parcas, desprovidas de carne, peixe e vinho e constituídas quase exclusivamente por pão, legumes e algumas ervas cozidas. Frei Martinho Navarro não suportou a aspereza desta vida, retirando-se para Espanha e sendo substituído pelo português Frei Diogo de Lisboa. Os dois religiosos, juntamente com Frei Pedro de Alcântara Frei João Aquila, convidados pelos Duques de Aveiro, e ainda e Frei Francisco Pedraita, todos provenientes da Província Religiosa de S. Gabriel de Castela, formaram a primeira comunidade do Convento da Arrábida.

O cronista Frei António da Piedade refere-se muito pouco à Ermida de Nossa Senhora da Arrábida ou da Memória, a única edificação existente nessa época no local e que, segundo a sua citação, ficava à distância de quase uma légua da Ermida de El Carmen e olhava contra o mar oceano.. Existe no entanto um rol da prata e ornamentos. nela existentes, escrito por altura de uma das visitações da Ordem de Sant'Iago, iniciadas em 1553, por ordem de D. João III e ainda no tempo do 1º Duque de Aveiro, em que se assinala que a capela possuía:

Um cálice de prata dourada

Dois copos de ouro delgado

Um grão de aljofra encastoado em um pequeno de ouro

Oito pares de figuras de prata grandes e pequenas que lhe ofereceram

Uma cruz de chumbo da Flandres, toda dourada

Uma vestimenta nova de damasco com sanastros de veludo verde Outra vestimenta nova de pano da índia, muito boa, com sanastros de zargania

Outra de chamelote laranjada, ornada de damasco preto Um frontal de damasco branco

Muitos tocados de Nossa Senhora

Duas toalhas de algodão

Uns mantos novos

Duas toalhas de ponto branco

Duas arcas de cedro em que estão todos os ornamentos Uma caldeira de água benta

Uma alampada de Nossa Senhora Dois sinos grandes

Quatro meãos

Seis pequenos

Conhece-se pouco acerca da imagem de Nossa Senhora da Arrábida que ali se venerava, a não ser que os frades, para a defenderem, pois «tantos desejos se tinham manifestado de a possuírem», substituíram-na por uma outra. A imagem que até há cerca de duas décadas existia na capela e que se diz ter sido roubada já não era a que substituiu o original. Fora colocada na ermida em 1713 pelo guardião do convento, tendo-se tomado «alvo da devoção dos fiéis, por tão perfeita e limpa».Existindo na serra, por essa altura, como atrás se referiu, apenas a Ermida de Nossa Senhora da Arrábida, os cinco anacoretas ali viveram fazendo por suas mãos estreitas celas onde se abrigavam, as quais, segundo o cronista da Arrábida, «mais pareciam cabanas de pastores» . Actualmente persiste apenas um desses cubículos que, segundo se julga, foi de início a cela de Frei Martinho e depois a de Frei Pedro de Alcântara e onde, segundo a lenda, residiu Hildebrant. Esta pequena habitação foi acrescentada mais tarde e transformada em sacristia da Ermida de Nossa Senhora da Arrábida. Em 1640 o Duque de Aveiro, D. Raimundo, mandou reparar a ermida, forrá-la de azulejos e ainda colocar-lhe a imagem de S. Pedro de Alcântara e uma inscrição em que se assinalava o ano da beatificação do frade e se fazia referência à acção que tivera na reforma arrábida: «Esta Ermida foi a Própria Cela Do Santo Frei Pedro de Alcântara, em que viveu Alguns tempos, e foi guardião No Mosteiro de Palhais desta Província de N. S. da Arrábida, donde passou a Castela a fundar a Província de S. Joseph e lá faleceu dia de S. Lucas, o ano de 1562 aos 63 da sua idade e 47 de hábito. Foi beatificado pelo Papa Gregório XV na era de 1622 e para consolação e memória dos seus devotos mandou o Duque D. Raimundo reparar esta sua cela e pôr aqui a sua imagem no ano de 1644.

Tudo desapareceu nos últimos anos, tornando-se desolador o aspecto interior deste pequeno templo, que, dada a sua antiguidade e significado, constituía um património valioso do País, que merecia ter sido conservado. Em 1720, um guardião do convento, Frei José da Esperança, restaurou as restantes celas e mandou colocar algumas estátuas de barro, evocando os principais momentos da vida penitente dos primeiros arrábidos. São estas reconstituições que actualmente ainda existem, embora quase irreconhecíveis devido ao vandalismo e à ignorância. O refeitório inicial era uma «gruta ou cova, formada por dois penedos, limitando entre si, um breve espaço o qual não consente mais que uma pessoa.. O guardião do convento Frei José de Jesus Maria mandou-o reparar em 1715 e colocar-lhe três imagens, uma de S. Francisco de Assis, outra do fundador e outra ainda de S. Pedro de Alcântara. Num banco de pedra, edificado no interior do primitivo refeitório, foram modeladas também, por ordem do mesmo guardião, as imagens dos outros companheiros e do primeiro noviço. Até há poucos anos existia somente um pedaço da última destas estátuas, constituída por uma parte do hábito e a representação simbólica de uma refeição. Actualmente já nada resta. O Padre-Geral da Ordem Franciscana Frei João Calvo visitou a Arrábida em 1542 a convite do Duque de Aveiro, D. João de Lencastre, incorporando a ermida na Ordem assim como os conventos que se fundassem no futuro, os quais ficariam sujeitos ao seu Superior. Autorizou também a edificação de um convento naquele local e nomeou custoio Frei Martinho de Santa Maria, com a faculdade de receber noviços. Terminava desta maneira a vida ermítica e os cinco anacoretas constituíam a Custóia da Arrábida, mais tarde, em 1560, a pedido do Cardeal D. Henrique, elevada a Penitente e Observante Província da Arrábida. Já tinham decorrido dois anos da vida da comunidade franciscana da Arrábida quando D. João de Lencastre iniciou, em 1542, uma construção que para se distinguir da primitiva instalação - o Convento Velho - se tomou conhecida por Convento Novo. O seu plano incluía a edificação de «uma igreja mais ampla e mosteiro com oficinas em sítio mais acomodado onde também havia terra capaz para hortego».

As obras estiveram interrompidas a partir de certa altura porque Frei Martinho julgou que uma melhoria tão grande das condições de vida poderia desvirtuar a austeridade da reforma pretendida e também porque Frei André da Insua, provincial da província do Algarve (1543-1553), dificultou o cumprimento dos estatutos que regiam a Custóia da Arrábida. Entretanto, nem este obstáculo nem a própria morte do fundador, ocorrida em Lisboa no Hospital de Todos os Santos em 1547, impediram que a comunidade prosperasse e se modificasse a espiritualidade dos frades fundamentada na Regra de S. Francisco de Assis. É, no entanto, de assinalar que a presença na Arrábida de S. Pedro de Alcântara teve um papel relevante na concretizarão deste objectivo. Frei Martinho tinha feito, entretanto, profissão a oito noviços, entre os quais se distinguiram Frei Pedro Lagarto (que estudou Teologia em Salamanca e foi o primeiro pregador da Ordem e mais tarde provincial); Frei Damião da Torre (que exerceu os cargos de 2.2 e 3.Q provincial); Frei Salvador da Cruz (que morreu em Alcácer Quibir, confortando os portugueses que ficaram cativos) e Frei Jácome Peregrino (que estudou em Salamanca e foi mais tarde primeiro provincial na reforma arrábida). Dom Jorge, 2º Duque de Aveiro, preocupou-se no seu testamento feito antes de partir para Alcácer Quibir, não só em manter a sua linhagem mas também em salvaguardar o Mosteiro de Nossa Senhora da Arrábida, que era a «Cabeça da Província dos seus fradinhos menores», para o que pedia ao rei que concedesse aforamento de toda a serra da Arrábida a sua filha D. juliana. Antes da sua morte teve contudo ainda a oportunidade de mandar proceder à edificação da cerca do convento, de promover uma maior aproximação das celas dos religiosos, que até então se encontravam dispersas pela serra, e também de iniciar outras obras que vieram a completar-se depois da sua morte. Dom Álvaro, 3º Duque de Aveiro, casado com D. juliana, concretizou todos os projectos de D. Jorge e prestou «ainda ajuda de custo aos guardiães que fizeram outras que de todas se compõem o convento na forma que hoje se conserva»

O chamado Convento Novo está edificado na encosta da serra, do lado sul, com a frente para o mar, «a meio pendor de uma garganta que medeia a parte principal da serra, entre dois espigões alcantilados, num fantástico efeito de cenografia». É um convento rústico constituído por um agrupamento de pequenas celas, igrejas e outras dependências, alvejando por entre as árvores. A descrição mais antiga deste mosteiro data de 1728 e deve-se a Frei António da Piedade. Este cronista escreveu que «subindo os que forem pelo mar e descendo os que caminham por terra, dirigindo-se por áspera vereda, chega-se a um largo onde se depara a entrada do convento, ante a qual se ergue um penhasco, sobre que está uma cruz de pedra e defronte dela a imagem do segundo fundador, S. Pedro de Alcântara, com os braços abertos para a mesma Cruz». É o que se observa ainda hoje, embora a imagem já não seja a original. À esquerda da porta de entrada do edifício do convento existe uma figura de mármore, de dez palmos de alto., firmada sobre uma esfera, representando Frei Martinho, com os braços em cruz, os olhos vendados, a boca e o peito fechados a cadeado e empunhando na mão direita uma tocha acesa e na esquerda as disciplinas e os cilícios. Na esfera há uma inscrição meio apagada, que lembra aos frades o alto exemplo do fundador do Convento e assinala que a sua construção foi efectuada em 1662 sob os auspícios do Duque D. Álvaro, 3º padroeiro desta Santa Província. Transposto o portão de ferro do mosteiro depara-se-nos as portas da igreja e da portaria que se encontravam no século XVIII forradas de cortiça, o que actualmente sucede apenas com a da igreja. As paredes do corredor da portaria ou «trânsito» estão ornamentadas com um lindo embrechado a enquadrar painéis de azulejo que representam figuras da Ordem Franciscana: S. Jácome da Marca, S. Bernardino de Sena, S. Luís Bispo, S. Boaventura, S. Pedro de Alcântara, Santo António de Lisboa, S. Francisco de Assis, Frei Francisco dos Reis, Frei Diogo dos Anjos e Frei Agostinho da Cruz. Há cerca de 30 anos, durante uma exploração minuciosa que se efectuou com Henri Delpeut ao recinto do convento, com a finalidade de procurar obter elementos sobre a comunidade que o habitara, encontraram-se alguns fragmentos de azulejos, em tudo idênticos aos dos painéis da portaria, representando a cabeça de um frade, não adaptável a qualquer das figuras aí existentes. Depois de várias conjecturas admitiu-se que pudessem constituir parte de um painel representativo de Frei Martinho de Santa Maria, retirado da parede do corredor da portaria por desnecessário, quando o 3º Duque de Aveiro mandou colocar a figura do fundador na frontaria do mosteiro. Admitiu-se, também, a possibilidade de o painel ter estado onde actualmente, junto do arco da portaria, se vê um anjo, igualmente de azulejo, segurando um pergaminho onde se faz uma referência muito particular a três figuras quando, na realidade, pelo menos mais uma das que ornamentam o corredor - a de Frei Pedro de Alcântara deveria forçosamente ser considerada na inscrição porque foi dos primeiros religiosos que viveu nas condições assinaladas. No fim do corredor da portaria está a imagem de Jesus rezando no horto e, à esquerda, o jardim de S. Pedro de Alcântara, junto do qual se encontra a Capela de Nossa Senhora da Piedade. O jardim permite, também, passagem para a Fonte da Samaritana, e, por intermédio de dezoito degraus de pedra tosca, conduz, ainda, a um largo ladrilhado coberto por uma parreira, o qual dá acesso à cozinha, refeitório e tribuna dos duques. Do lado da cozinha e a meio do refeitório existe uma outra escada estreita que dá passagem para algumas celas, o Terreiro de Sant'Iago, a cela dos prelados e o coro. À frente do terreiro, subindo por uma escada de pedra, com seis degraus, encontra-se a cela de Frei Diogo dos Anjos e, à esquerda do mesmo terreiro, utilizando outra escada, chega-se à livraria e a outras celas. Mais acima ainda, já ,entre os bosques da montanha., há uma pequena capela dedicada ao Ecce Homo e outra dedicada à imagem de Nosso Senhor Crucificado. Dispersas por entre as árvores silvestres, encontravam-se mais celas cujos acessos se faziam por pequenas escadas. A vasta bibliografia existente sobre o Convento da Arrábida não justifica uma descrição extensa e pormenorizada das suas dependências. No entanto deve fazer-se uma breve referência a alguns pormenores que o caracterizam, e à história de algumas edificações existentes na sua vizinhança, factos que se consideram imprescindíveis ao tentar rememorar a história da serra da Arrábida. A igreja do Convento é pequena, como o eram, por estatuto, as da mesma Ordem. A imagem de Nossa Senhora da Arrábida, que nela se venera, tem uma lenda e uma história curiosa. «É tradição dos nossos padres», diz Frei António da Piedade, «que a imagem existente na Ermida da Memória foi trazida para o Convento Novo quando este se fundou; porém, três vezes se ausentou para o local a que pertencia. Os frades resolveram, em face do prodígio, colocar na nova igreja uma outra imagem que, ainda aí é venerada». A nova imagem era de pedra e estava sentada numa cadeira; tinha também no braço esquerdo um Menino Jesus, o qual, com uma das mãos, pegava numa ave e com a outra arrancava um espinho do pé, sinal da aspereza da vida na serra. Um guardião do convento achou pouco própria a posição sentada da imagem e resolveu pô-la de pé, mandando-a serrar a construir-lhe um meio corpo de madeira. Dado o facto de a mão direita estar pegada à cadeira, fez-lhe outra, em que pôs um ceptro. Estas alterações foram, como seria de esperar, motivo de forte contestação quer por parte dos frades quer por parte daqueles que se têm interessado pela história do mosteiro.

A igreja tem sepultadas algumas pessoas ilustres tanto pela sua posição como pelas suas virtudes. À entrada está a lápide tumular do 5º Duque de Aveiro. É de mármore e tem uma tarja preta. A sua inscrição é a seguinte: «Este lugar escolheo pª seu jazigo o Exmº Snor o Duque D. P.º Arcebispo e Inquizidor Geral Falec.º em 23 de Abril de 1673» Na capela-mor jazem os Duques D. Álvaro e D. Juliana, seu filho o Duque de Torres Novas e a sua neta Ana Luísa. No lado esquerdo da igreja, entre o confessionário e a teia, forrada de grades no canto da parede da sacristia, está sepultado Frei Agostinho da Cruz. Em três campas contíguas ficaram repousando Frei Diogo dos Anjos, Frei Francisco dos Reis e Pedro Mesquita Carneiro. Finalmente, no corredor da portaria à entrada da porta lateral da igreja, está Frei Tomé de Jesus, que, contrariamente aos anteriores, foi um humilde moço que serviu a comunidade dos 14 aos 83 anos, esmolando para o convento no caminho de Azeitão e das povoações circunvizinhas. Conta Frei António da Piedade que seu corpo se conserva inteiro, triunfando da corrupção, privilégio com que o próprio Deus parece querer acreditar a sua santidade. As celas foram construídas junto à encosta da serra ou escavadas na própria rocha; tinham apenas as dimensões necessárias para cada monge se mover dentro delas, não podendo, contudo, permanecer de pé. A luz só ali penetrava coada por estreitas frestas que lhes permitiam, porém, contemplar o maravilhoso panorama que dali se avistava. A pouca altura da parede desdobrava-se uma prancha larga de uma alna, coberta por um cobertor, a qual constituía a cama dos frades. O seu travesseiro era formado por um madeiro tosco e às vezes por uma pedra. Não existia, em nenhuma delas, qualquer outro móvel. Pode-se observar ainda uma cela de aspecto particular, «em proeminente lugar, subindo uma escada tosca de dezasseis degraus, que pertenceu ao venerável Frei Diogo dos Anjos, singular anacoreta deste ermo., onde existe ,uma imagem do Senhor Crucificado em um painel que, por tradição, falava com o seu fiel servo. A comunidade dos frades capuchos arrábidos tornou-se notável pela austeridade da sua vida, como Frei Martinho preconizara quando iniciou a sua reforma. As refeições constavam de peixe, legumes e ovos, A água servia-se em vasos de cortiça e os pratos eram conchas de mariscos recolhidas na praia. A carne não fazia parte das ementas do convento; «quando acontecia algum frade adoecer era levado para uma casa existente no sopé da montanha» segundo cremos a Casa dos Frades, «onde lhe serviam refeições de carne que em Portugal se consideram boas para todas as doenças» os frades tinham uma só refeição. O guardião ocupava o lugar do meio de uma mesa em ferradura em que se sentava toda a comunidade. Enquanto comiam ninguém pronunciava uma palavra excepto um frade que, próximo da porta, lia em voz alta trechos de um livro religioso. A água que servia a comunidade era fornecido pela fonte da Samaritana, «É uma água cristalina, saborosíssima que nasce de uma penha que fica em baixo do altar-mor. No mais ardente estio não falta e neste ano de 1715 em que secaram as mais nomeadas fontes e celebrados rios do reino, ela sempre se conservou ainda que com alguma diminuição, mas não aquela que se podia recear à vista da calamidade do tempo e aspereza da serra. 0 mesmo sucedeu em 1945 não obstante a água ter escasseado em todo o país, devido à falta de chuva. A fonte que hoje se vê, segundo contaram algumas pessoas muito idosas, tem um aspecto diferente do que ainda chegaram a conhecer: Era «dum vistoso embrechado» como referiu Frei António da Piedade, ocupava um recanto do edifício do convento cujas paredes laterais estavam, em parte, revestidos por dois painéis de azulejo, os quais há muito deixaram de existir. O da esquerda representava a Samaritana dando de beber a Jesus junto do poço de Jacó, como D. Dulce Perestrelo já assinalou em Arrábida e o Seu Convento, e o da direita, segundo se conseguiu apurar, uma transcrição do Evangelho segundo São João 4:7 «Chegou uma mulher da Samaria e Jesus disse-lhe: DÁ-ME DE BEBER». Quando D. Álvaro, 3º Duque de Aveiro, continuou as edificações iniciadas por seu primo D. Jorge, mandou construir a Casa da Romagem (actualmente conhecida pela Romana, Casa do Círio ou Hospedaria), que lhe servia de alojamento quando por aqui se demorava com os filhos, caçando ou pescando, e projectou as «ermidas» ou «guaritas» na crista do monte, para estação dos passos de Jesus e oferecer abrigo aos arrábidos ermidas, deixando três por acabar.





Bruno

Imagem da Pedra da Anicha



Gonçalo/Zé

Lobos da Serra da Arrabida


Foi em 1982 quando fui solicitado para começar um projecto lobo em Portugal usando o resultado no estudo do lobo e do seu ecossistema.

O principal problema em todos os Países onde há muitos predadores, como o lobo, lince, ursos, são os estragos que estes podem causar nos animais domésticos. O segundo problema com o qual temos que lidar é a perseguição ao lobo de tal maneira que em certas regiões, a população do lobo está a decair e nalguns casos caminha para a extinção total.

O número de lobos em Portugal está a decair isto porque se caçam e envenenam simplesmente para se verem livres deles. Tem que se compreender que por exemplo os agricultores não gostam de perder ovelhas e outros animais a toda a hora.

Então culpa-se os lobos. Mas há outras formas de diminuir os prejuízos que não seja matar os lobo. Primeiro que tudo temos que saber o porque dos lobos caçarem animais domésticos em determinadas áreas e porque não o fazem noutras áreas.

Quando se fez um inquérito no norte de Portugal concluímos que os estragos nesta região são muito pequenos, isto porque aqui existe para eles muitos animais selvagens para caçar. Nas áreas aonde foram registadas os maiores estragos, os animais selvagens especialmente os de grande porte, não os havia ou estavam presentes em pequeno número. Por isto alertamos para a protecção dos animais selvagens, o melhor possível e por mais tempo possível, para lhes dar uma chance de crescer e expandir por grandes áreas. Os abusos tem que ser parados de maneira a que nunca mais sejam cometidos. O mundo selvagem deve ser ordenado de maneira a que seja o mais atractivo possível para os animais selvagens. Na grande floresta aonde têm sido vistos Red Deer para melhor protecção existem também espaços abertos aonde poderão aumentar a população.

Ajudando os Red Deer nestas áreas faremos com que a sua população cresça mais rapidamente. Criar zonas florestais para lobos será uma medida a tomar em consideração. Assim podemos trazer para aqui animais domésticos mortos sendo estes uma presa fácil para os lobos, assim estes terão boa comida e a nós fazem-nos um favor, não necessitando os lobos de caçar animais domésticos.

Gonçalo/Zé

Vegetação da Serra da Arrabida

A Serra da Arrábida é uma elevação de Portugal Continental, com 500 metros de altitude situada na Península de Setúbal.
Aí se localiza o Convento de Nossa Senhora da Arrábida.
O seu clima é temperado mediterrânico, apresentando portanto, uma flora rica em espécies mediterrânicas, tais como a azinheira, sobreiro, carvalho.
A sua fauna é bastante diversificada, apesar de ter sofrido grandes alterações desde o século XIX.
Até ao início do século XX era ainda possível observar lobos, javalis e veados.
Da fauna actual fazem parte, entre outros, o gato-bravo (Felis silvestris), a raposa (Vulpes vulpes), a lebre (Lepus capensis), o morcego, a águia de bonelli (Hieraetus fasciatus) o bufo real (Bubo bubo), a perdiz (Alectoriz rufus) e o andorinhão real (Apus melba).
Faz parte do Parque Natural da Arrábida, o qual tem uma área aproximada de 10 800 hectares.

ZE MIGUEL/GONÇALO

coelhos


Os coelhos são animais mamíferos

Podemos encontrar esta espécie animal em várias regiões do mundo

São herbívoros, ou seja, alimentam-se de folhas, caules, raízes e alguns tipos de grãos

Um coelho saudável, em boas condições de vida, pode viver entre 5 e 10 anos

Uma fêmea, em fase reprodutiva, pode dar de 3 a 6 ninhadas por ano. Em cada ninhada podem nascer de 3 a 12 filhotes.

Nas matas e florestas, vivem em buracos ou em tocos de árvores

Os coelhos que vivem nas matas (coelho selvagem) tem hábitos noturnos. Para fugir de seus predadores, procuram alimentos dutante a noite. Já os coelhos domésticos possuem hábitos noturnos e diurnos

Coelhos felizes: Como são e do que precisam





Os coelhos são animais altamente sociais que gostam de viver juntos. Quando mantidos solitariamente numa gaiola, sofrem profundamente com o isolamento e a solidão. Gostam muito de tratar da higiene uns dos outros como modo de reforçar as suas relações com os membros do seu grupo. Os coelhos lambem e mordiscam gentilmente o pêlo uns dos outros por trás das orelhas, durante grande parte do tempo. Portanto, quando um coelho lambe outro coelho ou um humano, está a exprimir um forte afecto. Os coelhos marcam a sua propriedade colocando o queixo por cima daquilo que assumem como seu. Ao fazerem-no, estão a colocar o seu cheiro nas coisas que são suas, o que pode acontecer também com outros coelhos ou com humanos – ao fazerem-no, estão a indicar que apreciam e assumem que o coelho ou humano que estão a marcar é “seu”. Os coelhos baseiam-se nos cheiros para comunicarem entre si. Contudo, é possível ouvir os coelhos a produzirem muitos sons diferentes que tanto podem servir para tentar afastar predadores quanto para expressar dor ou irritação. Quando os coelhos se enrolam quase parecendo bolas estão a indicar submissão e medo. Fazem-se parecer pequenos e não ameaçadores para tentarem sobreviver. Quando encontramos coelhos deitados de lado com as pernas esticadas, isso significa que estão descansados e contentes. Como são animais que, na natureza, são presas naturais, os coelhos têm sempre medo de espaços novos ou estranhos. São animais que gostam de familiaridade de modo a saberem para onde fugir se houver perigo.





Coelhos infelizes: Como a indústria agro-pecuária intensiva os trata





A criação de coelhos com fins alimentares é uma actividade essencialmente caseira, embora tenha também passado a ser explorada pela indústria pecuária em regimes intensivos. Os coelhos são criados e mortos pela sua carne mas também pelo seu pêlo. Apesar de haver pouca informação sobre a criação e abate de coelhos com fins alimentares, sabe-se que há um elevado nível de mortalidade nesta actividade. Infecções respiratórias e no sistema digestivo são causas centrais desta mortalidade. A elevada concentração de grandes números de coelhos em grandes espaços, e sendo mantidos habitualmente em gaiolas, faz com que estejam expostos a elevado stress e, ao mesmo tempo, sofrem com o isolamento, sendo também fácil surgirem e espalharem-se doenças. Eventuais agressões entre coelhos resultam dos grandes números de coelhos concentrados num mesmo espaço mas que, ao mesmo tempo, presos em gaiolas, não têm oportunidade de socializar adequadamente e de acordo com o que escolheriam fazer naturalmente. As gaiolas e os ambientes em que são mantidos são sempre ambientes sujos, com elevadas concentrações de amónia resultantes da grande concentração de urina e fezes. Estes ambientes não têm qualquer enriquecimento para os coelhos, que ficam perturbados pela ausência de estímulos e pelas condições em que são criados. Os coelhos são passados por linhas de abate onde são mergulhados em água electrificada, sendo depois degolados, muitas vezes, mais uma vez, enquanto ainda conscientes devido a um atordoamento ineficaz. No abate caseiro, são mortos também por concussão – uma paulada no crânio – ou podem também ser mortos por degolação.

Bruno/Gonçalo/Gui/Zé

domingo, 9 de março de 2008

Gruta da Figueira Brava

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A Gruta situa-se, nas coordenadas 38º 28' 23" de latitude Norte e 8º 59' 42" de longitude Oeste de Greenwich, no sopé da encosta meridional do maciço da serra da Arrábida, entre Alpertuche e o Portinho da Arrábida, a ocidente do Forte do Creiro, em arribas escavadas pelo mar no Plistocénico, numa zona actualmente representada por conglomerados, provenientes de terraços marinhos de 12-15 e 5-8 metros, resultantes do último intreglaciário e ao princípio da glaciação de Wurm (100.000 Anos), com o avanço temporal desta glaciação, digamos que o nível do mar foi descendo, ficando, à cerca de 30.000 anos (data dos primeiros vestígios de ocupação humana, na gruta) à volta de 60 metros abaixo da Gruta, espraiando-se por vasta planície litoral (1) , actualmente, o desnível da gruta ao nível do mar deverá situar-se entre os 5 metros. Onde surgem relativamente perto, mais duas ocorrências de destaque, a cerca de poucas dezenas de metros encontramos a Lapa de Stª. Margarida, e na área de Galapagos, numa trincheira da estrada EN 379-1, uma nova jazida do Paleolítico (9).
Note-se que nesta região, (Lapa de Stª. Margarida), já tinha sido visitada e estudada, por Breuil e Zbyszewski, em 1940, onde recolheram um biface " abevilense " e vários artefactos de quartzo considerados " mustierenses ". E que na nova jazida de Galapagos, foram recolhidos por, M. Telles Antunes, peças de quartzo e sílex semelhantes ás da Figueira Brava.
Note-se ainda que a Serra da Arrábida foi uma ilha durante, vários períodos de tempo geológico (Antunes, 1999), nomeadamente durante o Miocénico o que pode muito bem, ter provocado a manutenção e desenvolvimento de conjuntos faunísticos de formas arcaicas e outras endémicas.
Descoberta em 1942 por Henri Breuill e G. Zbyzewsky.
Do ponto de vista espeleológico, trata-se de uma cavidade resultante de dois factores naturais:
Intensa actividade cársica da zona, constituída por rochas carbonatadas detríticas do miocénico.
Vasta plataforma de abrasão marinho em épocas em que o nível do mar se encontrava acima do actual.
A entrada efectua-se, pela falésia natural, devida ao alargamento de uma diaclase vertical a cerca de 5 metros acima do nível da preia-mar, na base da serra da Arrábida. A primeira sala, com cerca de 12 m de comprimento e alta, muito adulterada por " ocupações recentes " incluindo uma casa clandestina felizmente, já demolida. Esta galeria dá acesso, através de uma passagem estreita, uma outra sala interior, bastante maior, de planta assimétrica, com cerca de 10 m de altura, coberta de espessa crosta estalagmítica, com algumas falhas, que permitiram escavação mais fácil, onde foram recolhidos vários artefactos, ilustrativos das culturas existentes.
Porém a presente 2º sala não acaba aqui, pois prolonga-se na direcção Este por corredor cada vez mais estreito e dificultando a passagem para o que será uma vasta terceira sala, observada por C. Tavares da Silva (Silva e Soares, 1986, Fig. 14), esperando-se que seja explorada, pois talvez se conservem ali, mais importantes descobertas relativas aos últimos Neandertais.
As suas formações são comuns a uma gruta natural sendo as espeleoformas normais sem nada de especial a assinalar.
Do ponto de vista arqueológico, foi considerada uma gruta de interesse fundamental, para o conhecimento dos últimos neandertais, daí ser relacionada mundialmente com os estudos universais sobre o Homo Neandertal, suas longevidades e a possível miscenização cromossomática ao longo de gerações.
Escavações Efectuadas e Publicações:
Por G. Zbyszewski e H. Breuil em 1945, as primeiras efectuadas, tendo sido detectado restos de fauna quaternária e indústria lítica.
Foram seguidas por mais sete outras, levadas a cabo por: C.Tavares da Silva e elementos do Centro de Arqueologia de Almada, sendo recolhidos artefactos líticos e fauna plistocénica.(Silva e Soares, 1986,)
Em 1986-1990, por iniciativa do Centro de Estratigrafia e Paleobiologia da Universidade Nova de Lisboa, Telles Antunes, João L.Cardoso, Carlos da Silva e Maria Soares. Por exemplo:(8)
Da prospecção efectuada em 1986, por Telles Antunes, foram recolhidos vários materiais de interesse arqueológico, nomeadamente os famosos restos de dentes de Homo Neanderthanlensis, além de outros vestígios de ocupação humana, bem como ossadas de Foca do árctico e Pinguim-gigante.
Da prospecção efectuada em 1989, por Carlos da Silva e Maria Soares, foram recolhidos diversos artefactos de quartzo e sílex da técnica Levallois, tendendo para lâminas com entalhes laterais (encoches) e denticulados, buris e núcleos. Da fauna encontrada em associação a indústria destacam-se ossos de Cervus elaphus (nota espécimes actuais podem ser vistos na Tapada Nacional de Mafra), dentes de Hyaena Crocuta (nota espécimes actuais na Galeria de imagens ) e conchas de Mytilus e Patella.
Bruno

A raposa




As raposas são mamíferos carnívoros da família dos canídeos, sendo a maioria pertencente ao género Vulpes. O grupo está bem distribuído geograficamente e inclui numerosas espécies. Sua caça é considerada uma tradição da Inglaterra, ainda que no ano de 2005 sua caça tenha sido proibida pelo Parlamento Britânico, visto que violava os direitos dos animais propostos pela UNESCO. Na Escócia, por sua vez, a caça já havia sido proibida alguns anos antes. Ainda em desacordo com os direitos dos animais, muitas raposas e fenecos estão sendo vendidos na Rússia e nos Estados Unidos da América como bichos de estimação. As raposas sul-americanas não pertencem ao gênero vulpes, pois, na verdade, não são raposas, e sim canídeos mais próximos do gênero Canis, género ao qual pertencem os lobos, do que ao gênero vulpes. Por serem "falsas raposas", seu gênero é denomidado Pseudalopex (pseud=falso alopex=raposa). As raposas possuem uma particularidade entre os canídeos, tem pupilas ovais, semelhantes às pupilas verticais dos felídeos.




Mais expecificamente:




A raposa é o carnívoro selvagem com maior distribuição e abundância do mundo. Tem um focinho esguio, rematado por umas orelhas longas e pontiagudas, e uma cauda espessa e vistosa com cerca de 50 cm de comprimento. A pelagem é castanho-avermelhada, e as patas estão dotadas de garras não retrácteis. O corpo e a cabeça apresentam um comprimento que pode variar entre 60 a 90 cm, e um peso entre 5 a 10 kg. As fêmeas são sensivelmente menores que os machos.
É um animal com uma actividade essencialmente crepuscular e uma dieta quase exclusivamente carnívora. Dela fazem parte pequenos mamíferos - coelhos, lebres, ouriços-cacheiros -, aves, peixes, insectos, e ocasionalmente frutos silvestres e cultivados. Os desperdícios humanos são também procurados em épocas de maior carência, sendo por isso comum aproximarem-se de lixeiras próximas de centros urbanos. Consome cerca de 500 g de alimento por dia. O que não caça e não come no próprio dia esconde para consumo superior. Chega a ter cerca de 20 esconderijos de comida, conseguindo lembrar-se de todos eles. Nas zonas rurais, por vezes assalta os galinheiros, tendo o hábito de matar em excesso, o que lhe vale uma má fama entre essas comunidades. Vive em grupos, formado por um macho adulto e várias fêmeas.
A época de acasalamento ocorre em Janeiro/Fevereiro e os nascimentos verificam-se na Primavera, tendo a gestação uma duração de cerca de dois meses. A ninhada - uma por ano - é geralmente composta por 4 a 5 crias. Utiliza tocas escavadas e protegidas pela vegetação, construídas por ela própria ou aproveitando as de texugos ou coelhos. Vive um máximo de 9 anos.


Gonçalo

Por baixo das arvores


Por baixo das arvores existem muitos tipos de terra e por baixo das relvas verdes e das arvores bonitas da serra da arrabida existem um tipo de terra esse tipos de terra é este...
Gonçalo

O que é a serra da arrabida?


A Serra da Arrábida é uma elevação de Portugal Continental, com 500 metros de altitude situada na Península de Setúbal.
Aí se localiza o Convento de Nossa Senhora da Arrábida.
O seu clima é temperado mediterrânico, apresentando portanto, uma flora rica em espécies mediterrânicas, tais como a azinheira, sobreiro, carvalho.
A sua fauna é bastante diversificada, apesar de ter sofrido grandes alterações desde o século XIX.
Até ao início do século XX era ainda possível observar lobos, javalis e veados.
Da fauna actual fazem parte, entre outros, o gato-bravo (Felis silvestris), a raposa (Vulpes vulpes), a lebre (Lepus capensis), o morcego, a águia de bonelli (Hieraetus fasciatus) o bufo real (Bubo bubo), a perdiz (Alectoriz rufus) e o andorinhão real (Apus melba).
Faz parte do Parque Natural da Arrábida, o qual tem uma área aproximada de 10 800 hectares.
Gonçalo

Imagens da serra da Arrabida

Gonçalo

sábado, 8 de março de 2008

Águia de Bonelli

A águia-de-bonelli (Hieraaetus fasciatus ou Aquila fasciata) é uma ave pertencente à família Accipitridae.
Esta ave de rapina, devido a ser uma espécie em perigo de extinção, foi classificada em Portugal com o estatuto de conservação "raro" (Livro vermelho dos vertebrados de Portugal continental) e na União Europeia.
com o estatuto de conservação prioritário.
Tem um comprimento de cerca de 60 cm e envergadura de asas de 165 cm.
Habita normalmente regiões montanhosas, onde pode ser avistada a pairar, geralmente aos pares. A sua silhueta em voo é facilmente confundida com a águia-real , mas distingue-se por ter os "dedos" mais curtos e a cauda mais longa e direita.
São predominantemente residentes, mas alguns indivíduos migram para zonas mais quentes no inverno.

Bruno

Convento Da Serra da Arrabida


Situada no lado poente da Serra da Arrábida, a Qtª "El Carmen" é um local histórico onde viveu um importante fidalgo espanhol (castelhano) que havia de se tornar mais tarde no famoso S.Martinho ou Frei Martinho de Stª Maria ao fundar o Convento da Arrábida.
Tudo está ligado a uma certa história passada no ano 1215 com um mercador inglês de nome Haildebrant que trazia consigo na embarcação uma imagem de Nª Srª com o Menino Jesus, talhada em pedra, que fora retirada de um convento beneditino e caiu ao mar no meio de uma grande tempestade em águas portuguesas à vista de Lisboa. Consegue no entanto dobrar o Cabo Espichel e o barco chega a Alpertuche (praia próximo do Portinho da Arrábida) onde o viajante chegou são e salvo e recuperou ali do grande susto que apanhou.
Desconhecendo a Serra, que pela primeira vez avistara, percorre com a vista o imenso matagal e eis quando observa no alto uma luminosidade intensa que lhe despertou a atenção e o atrai a subir até lá. Chegando ao cimo, fica surpreendido com o que viu, pois era a imagem que trazia consigo e que tinha desaparecido no meio da tempestade.
Logo sente nisso um milagre que o leva a vender todos os seus bens e ordena que se edifique no local uma Ermida onde se propõe viver de forma solitária até ao fim de sua vida. Hildebrant, acabaria mesmo por erigir um convento da mesma Ordem do Patriarca Santo Agostinho, com licença do Bispo de Lisboa, como consta de uma escritura no arquivo da igreja catedral da mesma cidade, feita pelos anos de 1288. Décadas depois, D. João de Lencastre, duque de Aveiro, pediu ao Superior Geral dos Franciscanos que mandasse uma pequena comunidade dos seus frades para habitarem o já então degradado retiro da Arrábida.
Ora, foi nessa altura então que o Duque de Aveiro, em visita a Guadalupe, contactou com o tal fidalgo espanhol a quem expôs seus intentos, convidando-o para vir para este local maravilhoso que se tornaria conhecido por Qtª "El Carmen" e donde sairiam os 3 primeiros frades que dariam origem ao "Convento Novo" de Stª Maria da Arrábida no meio da serrania.
Gonçalo

A Gruta de Stª Margarida


Situada no sopé da Serra da Arrábida, junto ao mar, aonde se chega por barco ou por terra por um caminho construido por um ermitão da Santa, descendo-se cerca de 200 degraus de pedra até ao local, a gruta da Lapa de Stª Margarida é um lugar muito visitado ainda hoje, onde se encontra uma capela em estado degradado construida ali no século XVII. Nela existiam 3 imagens (de Nª Srª da Conceição, Stº António e Stª Margarida) nos nichos que se vêm na figura acima mas que desapareceram com o tempo, roubadas ou destruidas por pessoas que não respeitam estes locais de culto.
Neste lugar faziam-se muitas peregrinações nos séculos passados, principalmente os sírios dos Pescadores vindos nos seus barcos engalanados de todo o lado, e o ambiente tornava-se festivo mas de autêntico Recolhimento Espiritual, onde as pessoas oravam e cantavam unidas pelo mesmo sentimento de fé independentemente da sua convicção pessoal. Hoje não é mais assim e o local até se encontra um tanto desprezado.
A gruta mede cerca de 22 metros de comprimento (o números de Anciãos ou Sábios) mas como se liga em algumas partes com outras mais pequenas, mede na totalidade 40 metros (número aludido na Bíblia várias vezes como marco de vários acontecimentos - exe: os 40 dias e 40 noites de chuvas no Dilúvio, os 40 dias que Moisés passou no Monte Sinai, os 40 dias que Jesus passou no deserto, etc.), e pode conter até 400 ou 500 pessoas que no acto litúrgico no passado em louvor à Santa ali venerada, em Missa Cantada, com archotes na mão, dava ao tecto (de estalactites) efeitos surpreendentes que impressionavam a nossa visão. Nesta gruta brotava também duma fonte, a mais bela e fina água que entretanto deixou de correr por razões que talvez tenham a ver com obstruções de rochas ou galhos secos no percurso da água pela Serra.
Gonçalo

Poema


Alta Serra deserta, donde vejo
As águas do Oceano de uma banda,
E de outra, já salgadas, as do Tejo.

Aquela saudade, que me manda
Lágrimas derramar em toda a parte,
Que fará nesta, saudosa e branda?

Daqui mais saudoso o Sol se parte;
Daqui muito mais claro, mais dourado,
Pelos montes, nascendo, se reparte...
Gonçalo

Misterios da serra da arrabida




Recordo-me de ter ouvido em tempos uma história verídica sobre um grupo de escuteiros da região de Setúbal que tiveram uma experiência insólita no interior da Serra da Arrábida onde penetraram através duma gruta que supostamente seria a conhecida 'Gruta do Abade' e caminharam por um túnel de vários kilómetros que, segundo se diz, atravessa a Serra-Mãe (assim a chamava Sebastião da Gama), dum lado ao outro. Só que, a meio do caminho, teriam encontrado algo muito estranho e fabuloso que os levou a manter segredo durante muito tempo daquilo que viram.
Com base no que conheço de vários outros episódios estranhos passados na Serra da Arrábida, e pretendendo escrever algo sobre o assunto, resolvi tentar saber junto do Corpo de Escutismo de Setúbal algo documentado sobre a história, ao que me disseram que nada possuiam em virtude de terem perdido imensos documentos aquando duma cheia na cidade há vários anos atrás, tendo ficado apenas esses relatos na memória dos mais antigos que teriam falado pouco do caso que no entanto foi passando e sendo conhecido vagamente.
Assim, indicaram-me então o escuteiro 'Nix' da zona de Azeitão onde me dirigi e estive falando com ele sobre o assunto, pois que segundo me disseram era o único mais antigo que poderia saber alguma coisa sobre o caso. Na verdade ele o confirmou por ter sabido também de outros escuteiros mais velhos que contaram essa história passada no interior da Serra da Arrábida no túnel onde o grupo de aventureiros pretendia atravessar. Conta-se, pois, que a dada altura eles teriam visto uma claridade ao fundo do túnel por onde caminharam muito tempo e pensando que era já o outro lado da serra, não era senão um espaço enorme subterrâneo com várias construções que pareciam ser duma cidade antiga abandonada e a luz ambiente vinha das próprias rochas que formavam as paredes da enorme gruta.
A história só teria sido conhecida após muitos anos dessa experiência, pois os escuteiros mantiveram o segredo por motivos óbvios para salvaguardar talvez o local de invasores ou ‘profanadores’que o tomariam decerto com fins menos próprios, e quiçá muita coisa destruiriam como de resto se passou com algumas grutas ou mesmo ‘respiradouros’ de passagens subterrâneas que foram descobertos nas pedreiras de Sesimbra, e foram desfeitos com cargas de dinamite antes que alguém da Arqueologia soubesse e a pedreira fosse encerrada ou proibida de avançar na extracção do granito ou calcário. Mas isto é a minha suposição pessoal, claro!
Doutro modo conheço o que se passa por exemplo quando fazem rebentamentos na Pedreira e se repercute debaixo de solo até à Qtª de El Carmen a vários kilómetros de distância, no lado Poente da Serra da Arrábida, onde não se consegue abrir um poço por causa disso e as paredes exteriores da capela (pertencente ao edifício residencial antigo ali existente) racham por acção das ondas que se propagam debaixo do chão e estremecem as construções na zona devido à existência de vários túneis a certa profundidade.
Enfim, na conversa havida com o tal escuteiro 'Nix', vários casos de fenómenos estranhos ele me contou também, sendo um deles quando estava na Serra com um grupo de escuteiros numa noite a ver a chuva de meteoritos anunciada há uns anos atrás nos órgãos de comunicação social, e ele viu uma bola luminosa ou pequena esfera (tipo "foo-figthers" que eram relatadas pelos pilotos durante a 2ª Guerra Mundial) vir na sua direcção tendo batido nas rochas junto a si e saltitado várias vezes como se fosse uma bola de ping-pong durante cerca de 15 segundos e desapareceu de sua vista. Ele atribuiu isso ao facto da Serra ser uma zona fortemente magnética e teria atraido algo que não seria um meteorito mas outra coisa qualquer que não soube explicar.
A verdade é que também já foi observado sobre o mar, frente à Serra, 3 circulos luminosos testemunhados pelo próprio guarda do Convento da Arrábida (sr. Quirino) e por um grupo de 10 pessoas na praia do Creiro (entre Galapos e Portinho da Arrábida), onde se encontrava a conhecida escritora Gilda Moura, autora do livro "Extase - O Rio Subterrâneo". Todos viram os "circulos" surgidos do mar, como se viessem do fundo do oceano, e desapareceram no céu entre as nuvens. Do mesmo modo, foi observado em tempos um OVNI que apareceu no Rio Sado, frente ao antigo Parque de Campismo, onde um homem mais o amigo viram um objecto luminoso muito próximo que não emitia ruido algum, apenas um zumbido (como é caracteristico) tendo mergulhado depois e desaparecido na água.
O facto é que precisamente naquela zona as bússolas deixam de funcionar como se houvesse um campo magnético a interferir que também interfere nas transmissões de rádio. O meu pai que foi contra-mestre da Marinha Mercante durante muitos anos me confirmou isso, pois ali só se poderiam orientar pelos faróis da barra durante a noite e pelas bóias de sinalização durante o dia. É curioso também haver no alto da Serra da Arrábida 3 cruzes em pedra no sítio onde as nuvens de trovoadas se afastam umas das outras como se uma força interna as forçasse a isso... É sabido também que o Convento está localizado sobre um triângulo magnético na serra com o vértice voltado para baixo conferindo ao local uma poderosa energia que transmite paz e sensação de bem-estar a qualquer pessoa que ali esteja!
Mas não saindo do assunto inicial, que tem a ver com a história da 'gruta do Abade', eu perguntaria quem teria escavado aquele túnel de vários kilómetros de comprimento (sete pelo que se sabe) e outros mais que bifurcam uns nos outros, com respiradouros para a superfície? E que construções estranhas eram aquelas desconhecidas que teriam sido habitadas em tempos e por quem? Mais estranho ainda é o facto de se dizer que a Serra de Sintra e Arrábida estão ligadas uma à outra fisicamente a vários kilómetros de profundidade, passando muito abaixo do Rio Tejo, sendo ambas 'ôcas' por dentro como se sabe.
Já agora, que dizer do misterioso desaparecimento do jovem João Tiago (escuteiro caminheiro) que foi visto pela última vez na zona do Portinho da Arrábida e até hoje não apareceu, nem o cadáver, nem a bicicleta que levava com ele? Lembro que participaram na busca centenas de pessoas (Bombeiros, GNR, Escuteiros e populares) que procuraram por toda a serra o jovem que nunca chegou a aparecer.


Gonçalo